São milhares os que saem de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, rumo ao centro da capital em busca de ganhar o pão do dia, da semana e, com sorte, do mês. O município de classe média, que tem quase 400 mil habitantes, abriga uma grande porcentagem dos trabalhadores que fazem a maior cidade do país funcionar.
Dentre eles, empresários, diaristas, serventes, motoristas, jardineiros, bancários, publicitários, pobres, ricos, pretos, brancos. Seja de carro, trem, ônibus ou fretado, o objetivo, na maioria dos casos, é o mesmo, assim como o destino de saída e chegada.
Um deles é Edrizio Jeamersson Pereira da Silva. Ou só Doiz D.
O rapper independente sobrevive na cena que, ainda marginalizada, permanece longe do ideal para transmitir mensagens aflitas que ecoam das periferias. Doiz D começou na música de verdade quando passou a frequentar a igreja, aos 15 anos, e entrou para o grupo Lamentações, cantando RAPGOSPEL.
A “carreira solo” deu start com a presença nas batalhas de rap do centro de São Paulo, onde passou a se relacionar com outros MCs. Entre eles, Tiroles, do grupo DNA de Vagabundo, que deu de presente a Doiz D a chance de gravar Programado pra Rimar, seu primeiro álbum.
De lá pra cá, o artista conta com a própria sorte para vencer. Sai pelos bares paulistanos distribuindo seu disco nas mesas, carregando as cópias em uma cestinha. Custam R$ 10 cada.
Ele recita uma das músicas escolhidas pelo público e, vez ou outra, até se emociona.
No final, agradece e recolhe o álbum de volta, sem nem fazer uma proposta de compra. Para o rapper, o que mais importa é transmitir a mensagem, torcendo para cativar de alguma forma.
Além de em algum bar por aí, Programado para Rimar está no Youtube, Soundcloud e outras plataformas que podem ser encontradas na página de Doiz D no Facebook. E aqui, logo abaixo, na íntegra:
N.W.A., o grupo mais perigoso do rap
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