Chuck Berry, que morreu no sábado (18), aos 90 anos, foi um pioneiro, ícone e um ídolo do rock. Certa vez, John Lennon disse sobre ele: “Se você fosse colocar outro nome no rock and roll teria que chamá-lo de Chuck Berry”.
Entre as muitas homenagens e histórias que surgiram sobre a lenda, uma delas resgatou uma entrevista concedida para a revista Jet Lag, de Saint Louis. Em 1980, primeiro ano de circulação da publicação, um jornalista sentou-se diante de Berry e pediu para ele falar sobre bandas de punk rock e new wave que despontavam na cena do momento.
God Save the Queen, The Sex Pistols:
“Por que este cara está tão furioso? O trabalho com a guitarra e a progressão parecem as minhas. A levada da bateria é boa. Não consigo entender a maior parte maior do que diz a voz. Se vai se mostrar com raiva, ao menos deixa saber por que.
Sobre Complete Control do The Clash:
“Soa igual à primeira. Juntos, o ritmo e os acordes funcionam bem. Agora, ele não fica com a garganta inflamada cantando assim?”.
Sobre Sheena é um punk rocker de The Ramones:
“Uma musiquinha boa para pular. Estes caras me lembram quando comecei: como eles hoje, eu só conhecia três acordes”.
Sobre What I Like About You do The Romantics:
“Finalmente algo que nos permite dançar. Parece muito com os anos sessenta, com alguns dos meus riffs. Agora, você está dizendo que isto é novo? Eu já ouvi coisas assim muitas vezes. Eu não entendo o alarido”.
Sobre Psycho Killer de Talking Heads:
“Gostei do baixo. Boa mistura, o fluxo é bem bom. O cantor parece padecer de um caso extremo de pânico do palco”
Sobre I Am the Fly de Wire y Unknown Pleasures de Joy Division:
“Então é isso que vocês chamam de novo? Parece uma jam de blues antigo que BB (King) e Muddy (Waters) poderiam ter feito nos bastidores de um antigo anfiteatro em Chicago. Os instrumentos podem ser diferentes, mas a experiência é a mesma.”