O Vaticano perdoou formalmente o ex-Beatle John Lennon por ter declarado, há mais de quarenta anos, que a banda formada por ele, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr era mais popular que Jesus.
Lennon, que foi morto a tiros em Nova York em 1980, irritou líderes religiosos cristãos com seus polêmicos comentários em 1966. O cristianismo vai passar. Vai encolher e sumir, ele declarou. Não sei o que vai embora primeiro, o rock ‘n’ roll ou o cristianismo… Nós somos mais populares que Jesus agora, ele disse a um jornalista na época, causando alvoroço entre funcionários da Igreja Católica Romana.
Ontem (22), porém, o jornal oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, perdoou Lennon em um editorial – associando o imenso sucesso do grupo às observações feitas pelo músico. Depois de tantos anos, tais comentários soam apenas como o alarde de um rapaz da classe média inglesa lutando para lidar com um sucesso inesperado, declarou o artigo. Hoje, para os editores do L’Osservatore Romano, apenas esnobes não reconheceriam o valor das canções dos Beatles.