Até 2009, a cantora Vanusa estava tranquilamente preservada na galeria de ícones da jovem guarda, ao lado de gente como Eduardo Araújo, Wanderléa, Trio Esperança e Ronnie Von.
Mas em 2009, apareceu aquele fatídico vídeo. Você sabe qual é: mostra a cantora sofrendo para interpretar o Hino Nacional, errando a letra, comendo partes e dando a impressão de que estava alterada. Foi um dos maiores hits virais do ano. Vanusa virou uma figura cult da era digital.
E é com esse status que ela se apresenta neste sábado (7) no aniversário de nove anos da festa Trash 80s. Ela subirá ao palco para dublar Material Girl, de Madonna, ao lado de bailarinos. Mais trash impossível.
Vanusa, comece falando sobre o show de hoje na Trash 80s. O que vai cantar?
Vai ser minha segunda vez lá, a primeira vez eles enlouqueceram. Disseram pra mim que eu tinha sido a melhor. Porque eu fiz brincadeira com o povo, cantei pedaço do hino. A aceitação foi unânime.
Mas eu vou fazer igual a Madonna, playback, na verdade todo mundo faz né? Aliás, ela podia mandar um daqueles dançarinos pra mim (risos). Mas, então, a casa não é de shows, fica complicado mesmo cantar ao vivo. Vai ser muito legal de qualquer jeito, a Trash 80s é uma festa ótima.
Você ainda sai na balada?
De vez em quando, saio na balada com amigos. Mas, você acredita que, mesmo com todo o rebuliço, de milhões de acessos pra me ver errando, só duas vezes vieram tirar sarro de mim? Uma vez foi no show da Rita Lee, um pessoal começou a cantar o Hino Nacional pra me provocar.
Mas a repercussão do vídeo do Hino Nacional teve seu lado positivo, não?
A internet é mundial, você sabe, né? Então, eles sobem o vídeo e daqui a 15 minutos dá pra ver no Japão, no Chile, então gente do mundo inteiro acabou me conhecendo. E os filhos dos que me ouviam na Jovem Guarda também acabaram me conhecendo. Essa garotada toda me adora.
Pra você ver, teve gente que vem e me dá tapinha nas costas, e diz “Como você é inteligente, Vanusa, foi um grande golpe esse.” Mas é lógico que eu odiei tudo isso e eu poderia ter ido atrás, botado pra quebrar e descoberto quem divulgou o vídeo, mas meu advogado achou melhor não.
Você já superou o caso?
Ainda não totalmente. Foi complicado, o lado dos shows ficou muito ruim logo depois que aconteceu. Imagina, me tacharam de dopada, alcoólatra. Minhas duas terapeutas… pra você ver, eu tava com duas terapeutas… as duas disseram pra eu sair do burburinho, pra não ligar TV e me isolar.
Daí eu fui pro sul da Bahia, ficar na pousada de uma amiga, na praia. E foi ótimo, a melhor coisa. Era só eu na areia. No primeiro dia, fui de maiô, no segundo de biquíni e no terceiro já fui de calcinha e sutiã… de oncinha, claro! (risos).
E a situação dos shows, melhorou agora?
Agora tá voltando a ser bom. Tudo isso, na verdade, foi bom pra mostrar a dimensão do carinho que o público tem comigo. No fim de semana passado, fiz um show ótimo, no SESC Pompeia, com direção musical do Zeca Baleiro. Foi muuuito bom. Eu senti medo, saí com as pernas tremendo, mas deu tudo certo. Essa apresentação vai fazer parte de um documentário da Helena Tassara, chamado Viva O Compositor Brasileiro.