Valesca Popozuda
Créditos: Fernando Torquatto/Divulgação/Site oficial Valesca
Literalmente na boca do povo, Beijinho no Ombro, de Valesca Popuzuda, se tornou mais que uma simples música. Basta perceber que a expressão é usada por gente de todos os lugares, idades e classes sociais, em um caso perfeito de canção pop capaz de captar o espírito do seu tempo.
Neste mundo de mulheres fortes, politicamente, sexualmente e economicamente, uma peça chave da estratégia de marketing que catapultou Valesca para o estrelato foi o vídeo de 7min44s, com 4min10s de música. Em entrevista ao Virgula Música, a intérprete do hit confirmou que o clipe realmente custou R$ 437 mil reais e fez questão de enfatizar que a grana saiu toda do seu bolso. “Pagamos tudo. Não teve nenhuma permuta, paguei do técnico de luz até a tia do cafezinho. Todos receberam, ninguém trabalhou de graça. E ainda fui duas vezes ao exterior comprar parte do figurino”.
Leia a entrevista em que Valesca também conta que gosta de ficar em casa quando está de folga e elege os astros com quem gostaria de trabalhar um dia: Beyoncé, Lady Gaga, Britney Spears, Rihanna, Katy Perry, Nick Minaj e Demi Lovato. Já entre os brasileiros, a popstar carioca citou Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Preta Gil, Roberto Carlos, Gaby Amarantos, Solange Almeida, do Aviões do Forró, Aline Rosa, Psirico e Caetano Veloso. “Gostaria de misturar o funk com outro ritmo”, contou o terror dos recalcados que ainda resistem à música nascida no underground com poderoso DNA rebolativo, seja você pobre, rico, feio ou bonito.
Por que quis fazer um clipe longo?
Valesca – Na verdade, o clipe não é longo, tem a introdução normal de alguns segundos e começa a música, o que terminou sendo longo foram os agradecimentos, mas eu precisava muito agradecer as pessoas que sempre acreditaram em mim e me deram forças sempre. Foi uma forma de agradecer mesmo.
É verdade que o clipe custou R$ 437 mil reais, como saiu no Correio Brasiliense?
Sim, verdade. Pagamos tudo, não teve nenhuma permuta. Paguei do técnico de luz até a tia do cafezinho. Todos receberam, ninguém trabalhou de graça! E ainda fui duas vezes ao exterior comprar parte do figurino.
De quem foi a ideia e como foi interagir com os animais em cena no clipe?
Foi do meu empresário, em conversa dele com um amigo nosso que trabalha com a gente. Eles pensaram que seria algo inovador e que daria um efeito legal no clipe. Quando digo inovador, digo dentro dos clipes de funk que já existem aqui no Brasil.
As parcerias, os featuring, se tornaram muito comuns no pop internacional. Com que grande nomes da música gostaria de colaborar?
Beyoncé claro, a (Lady) Gaga, Britney (risos). Se eu ficar aqui vou listar todas, pode? Rihanna, Katy Perry e Nicki Minaj… Tem a Demi Lovato (risos). Pode continuar?
E brasileiros?
Aqui tenho muitos que admiro: Ivete (Sangalo), Claudinha (Leitte), Preta (Gil), Roberto Carlos, Gaby Amarantos, Solange (Almeida), do Aviões do Forró, Aline Rosa, Psirico, Caetano Veloso também. São vários. Gostaria de misturar o funk com outro ritmo, sabe?
Apesar de a sua música falar sobre as inimigas e o recalque, pouquíssima gente a rejeita, inclusive entre as classes mais altas, que sempre ouviram funk com desconfiança. A que você acha que se deve essa mudança em relação ao funk?
O funk, de uns anos pra cá, se popularizou bem, toca bastante na TV e rádio. Então isso abriu bastante as portas pra tocar em vários tipos de balada, entre elas as baladas classe A e passaram a gostar mais do estilo e eu fico muito feliz.
Tanto sua música quanto o Show das Poderosas, que foi o grande hit da música brasileira de 2013 falam sobre poder feminino. Você crê que isso é resultado de uma mudança na sociedade ou a arte está antecipando algo que irá acontecer?
Já acredito que essa mudança veio um pouco antes. Se pararmos pra pensar, a música sempre leva mais pro lado feminino, mas isso é uma análise minha, desde que a Dilma (Rousseff) se elegeu, percebemos que a mulher assumiu uma posição maior no Brasil.
A arte está apenas falando do momento atual, em que onde você olha existe uma mulher de peso no poder. Ninguém pensa no Barack Obama sem lembrar de sua esposa Michelle. Nós estamos dominando o mundo (risos).
De que maneira você procurar criar seu filho. Que valores você procura passar para que ele cresça de maneira saudável e feliz?
O estudo eu coloco em primeiro plano, deixo bem claro pra ele aproveitar e usar isso a favor dele. Cobro muito também a educação e o respeito, uma coisa que faço muito com ele é sempre deixar claro a importância de todas as coisas, seja desde o clipe de papel a um telefone mais caro. Eu deixo sempre claro para ele também respeitar a qualquer pessoa, seja pela opção sexual ou cor da pele. O crio dessa forma.
Quem é a Valesca longe dos holofotes da mídia?
Eu sou calma e muito familia. Não sou de viver em baladas e nem em notinhas de revista trocando de namorados. Sou muito na minha, gosto de ficar com meu filho, gosto de ver TV e ficar em casa quietinha lendo minhas revistas. Sou uma mulher comum como outra qualquer.
Qual é o futuro do funk na sua opinião?
Vai crescer mais e mais e acredito que teremos mais espaço e seremos mais respeitados. Anda somos discriminados pelo nosso som e espero que isso acabe logo. Que seja tão bem aceito quanto uma bossa nova (risos).