Veja fotos de montagens de óperas


Créditos: Divulgação

Se você é daqueles que acham que “ópera é chato”, é hora de rever seus conceitos. Gente de todas as idades e classes sociais está aprendendo a gostar do gênero que une música e teatro.

Prova desse interesse foi o fato de os ingressos para a montagem de Carmen, de Georges Bizet, no Theatro Municipal de São Paulo terem “evaporado” em tempo recorde. A temporada abriu na quinta-feira (29) e vai até 11 de junho. 

Os ingressos para Carmen, no Municioal, esgotaram em tempo recorde

Também na capital paulista, o acolhedor Theatro São Pedro, na Barra Funda, atualmente está com Ifigênia em Táuris, de Christoph Willibald Gluck, em cartaz. É uma boa opção para quem pretende se iniciar. As últimas récitas estão programadas para esta sexta-feira e domingo. 

Pensando em quem é novato e gostaria de colar, mas não se sente seguro para o rolê, o Virgula Música conversou com o maestro italiano Alessandro Sangiorgi, que assina a direção musical e regência da ópera de Gluck.

Ele conta que “não existem mais regras de etiqueta para assistir espetáculos de ópera ou de música ‘erudita’. É possível ir a vontade, cada um deve se sentir livre”. E também dá um conselho: “É preferível escutar mais. Escute o que as pessoas falam”. Leia a seguir.    

É importante que a pessoa conheça a ópera antes de ir ao concerto?

É importante que se conheça o enredo, um pouco da história, do contexto, mas não é fundamental. Hoje em dia, por meio das legendas, o espetáculo flui melhor, todos conseguem entender.

Dá pra entender sem ler a legenda?

Sem legenda se capta muito bem, sem dúvida, a emoção da obra, que é talvez a parte mais profunda de qualquer produção.

Uma pessoa que não vá muito arrumada, vai se sentir deslocada?

Não existem mais regras de etiqueta para assistir espetáculos de ópera ou de música “erudita”. É possível ir a vontade, cada um deve se sentir livre.

Cena de Ifigênia em Táuris, em cartaz no Theatro São Pedro, na Barra Funda

Quais são as gafes mais comuns que as pessoas comentem quando elas são novatas no meio?

Não presenciei nenhuma gafe, mas tenho um conselho: nesse casos é preferível escutar mais. Escute o que as pessoas falam.

O que deveria ser feito para que mais público fosse formado?

Sem dúvida a formação de público passa por montagens simples, reduzidas, em escolas, centros culturais, comunitários etc. Estas produções devem explicar, mostrar, contar enredos e contextualizar.

Enfim, devem despertar um interesse que posso afirmar, segundo a minha experiência, é quase inevitável com ópera. Ela desperta o interesse pela parte teatral, mas captura por meio da música. A união de palavras, música e cena produz um espetáculo único.


Nesta sexta e domingo são as últimas oportunidades de assistir a Ifigênia em Táuris

Qual foi a primeira vez que foi a uma ópera e de que maneira foi importante para sua carreira mais tarde?

Foram duas as minhas primeiras experiências com ópera, à distância de pouco tempo: uma montagem de La Serva Padrona, de Pergolesi, em Jerusalém e Tel Aviv, com a Jerusalem Symphony Orchestra (julho 1989). Esta experiência, de certa forma, proporcionou minha vinda ao Brasil, a convite de John Neschling, como assistente no Theatro Municipal de São Paulo. Lá tive o privilégio de reger Turandot, de Puccini. Ambas oportunidades foram fundamentais para minha carreira, pois ali começou minha carreira.

Qual foi o melhor público para o qual você já se apresentou?

O público mais importante para o qual me apresento é sempre o que está presente na sala naquele momento. Se me pergunta quais os teatros, eu diria o Theatro Municipal de São Paulo, o Theatro Municipal de Rio de Janeiro, a Ópera de Roma, o Teatro Bunka Kaikan de Tóquio, só para citar alguns.

SERVIÇO 

Ópera Ifigênia em Táuris

Tragédia Lírica em quatro atos de Cristoph Willibald von Gluck com libreto de Nicolas- Fraçois Guillard. Montagem comemorativa aos 300 anos de nascimento do compositor.
Alessandro Sangiorgi, direção musical e regência
Gustavo Tambascio, direção cênica
Elenco: Monica Ferracani (soprano), Ifigênia; Luciano Garay (barítono), Orestes; Licio Bruno (baixo-barítono), Thoas; Luciana Bueno (mezzo-soprano), Diana; Flávio Leite (tenor), Pílades; 
Quando: Nesta sexta (30), às 20h e 1º de Junho, às 17h 
rua Dr. Albuquerque Lins, 207 São Paulo – Metrô Marechal Deodoro 
Tel. 11 3661.6600 
636 lugares
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual (audiodescrição), pessoas com deficiência auditiva (legendas) e surdos (interpretação em Libras) nos dias 30 de maio e 01 de junho.

Preços
Plateia R$ 60 
1º balcão R$ 30 
2º balcão R$ 20 
Descontos: Estudantes, aposentados, pessoas acima dos 60 anos e professores da rede pública estadual, devidamente identificados, têm desconto de 50% nos ingressos. Não recomendado para menores de 08 anos

Como comprar
Bilheteria do Theatro São Pedro
Rua Dr. Albuquerque Lins, 207 São Paulo – Tel. 11 3667.0499 – 636 lugares
Site: www.theatrosaopedro.org.br
Acesso pela Rua Barra Funda, 171 – São Paulo – Metrô Marechal Deodoro
Terça a domingo, das 9h às 22h.
Pela Ingresso Rápido – T 11 4003.1212 / www.ingressorapido.com.br


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Vai à ópera pela primeira vez? Saiba como não pagar mico e se divertir