Enquanto o Ira! não se reúne depois da saída do vocalista Nasi, os outros integrantes seguem fazendo música. Depois de Edgard, que já tem um projeto paralelo bastante conhecido, agora é a vez do baterista André Jung mostrar seu outro lado na música.
O batera montou uma banda, o Urban Totem e está lançando seu primeiro disco neste mês. O disco leva o nome da banda e mescla ritmos ancestrais com sonoridades contemporâneas, produzindo músicas que soam como mantras urbanos, um som bem diferente daquele feito pelo Ira!, e com mensagens pregando o bem, a felicidade e a igualdade.
Pode-se dizer que é uma música que convida os sentidos. Usa e abusa da percussão, da programação de batidas eletrônicas mais suaves e do baixo, o que vai agradar que curte o estilo lounge, mas pode não convencer muito os fãs do Ira!, acostumados a uma bateria mais agitada e à guitarra de Scandurra. Dessa vez, o ouvinte não vai bater o pé pra acompanhar a bateria, a idéia agora é relaxar, o que o grupo consegue fazer e bem.
Com Lino Crizz nos vocais e Adriano Grineberg nos teclados – substituído na formação atual pelo cubano Pedro Bandera e pelo multinstrumentista Ricardo Prado – o álbum foi criado sem qualquer ensaio, de uma combinação de sessões de gravações individuais com Jung e músicos que acompanharam sua banda no projeto acústico para a MTV.
Mas, independente disso, Urban Totem, o disco, é bem produzido, tem um público definido e soa mais como uma libertação de Jung, uma forma de se reinventar depois de 25 anos em uma banda de rock.
As 12 faixas são de autoria do grupo. A última, Cristal, é composição de Jung. Instrumental, foi feita a partir do som de cristais friccionados. Daí, já da pra ter uma idéia do que esperar das outras 11 faixas.
