“Foi literalmente incrível. A edição foi do reencontro, de sorrisos, abraços e como precisávamos deste momento. Nós precisávamos e os fãs também. Mais de mil dias de espera e a Cidade do Rock viveu dias de paz e festa. Só temos a agradecer aos nossos fãs por nos ajudarem a transformar esta em uma edição histórica”, celebrou Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio.
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Chegou ao fim mais uma edição do Rock in Rio. Foram sete dias marcados pela emoção do reencontro do público com o maior festival de música e entretenimento do mundo. E para fechar com chave de ouro, o poder das mulheres foi o destaque no último dia com uma programação inteira dedicada ao feminino no Palco Mundo, no Sunset, no New Dance Order, na NAVE, naGamePlay Arena, no Espaço Favela e no Supernova. Uma das maiores divas pop da atualidade, Dua Lipa foi a headlinere conquistou a plateia com show repleto de hits no Palco Mundo. No Sunset, Ludmilla mostrou que é mesmo a rainha da favela e entregou uma superprodução que promete ser lembrada por bastante tempo. No Espaço Favela, o grande destaque foi Lexa — que preparou um show especial para o festival. Já na GamePlay Arena, temas como equidade de gênero no mercado de games e tecnologia foi pauta de um debate com executivas do MIBR, Senac, Ubisoft e Riot.
Furacão baiano, Ivete Sangalo foi a primeira a subir ao Palco Mundo hoje e fez um verdadeiro carnaval na Cidade do Rock. A veterana abriu a apresentação descendo em um elevador, tocando guitarra e usando um figurino cheio de brilho ao som de “Alegria”. Em um dos momentos mais emocionantes da noite, Marcelo, o filho da artista, assumiu o piano para acompanhar a mãe em “Quando a chuva passar”. Em seguida, Ivete levantou a plateia com “Mundo vai” e “Arerê”, quando foi para a galera, finalizando o show com “Eva”. Uma mega-produção ao mais alto nível Ivete Sangalo.
A segunda cantora a se apresentar no Palco Mundo foi Rita Ora, uma das mais tocadas do século 21 no Reino Unido, com um setlist formado por músicas como “I will never let you Down” e “How to be lonely”.Ela embalou o público, que não deixou por menos e a acompanhou em vários momentos com braços para o alto reforçando a conexão com a artista. A artista também recebeu uma participação especial. De surpresa, Pabllo Vittar fez uma participação para cantar seu hit “Amor de quê”. Em seguida, foi a vez de Megan Thee Stallion se apresentar — a terceira atração da noite. Vestida de passista de escola de samba, a rapper — que caiu no gosto popular em 2020 quando “Savage Remix” alcançou o primeiro lugar no chat da Billboard Hot 100 — cativou o público com sucessos como “Freaknasty”, “Simon says” e “Big olefreak”.
Após uma noite memorável de Coldplay no Palco Mundo no sábado, Dua Lipa foi a headliner desta noite e mostrou que é realmente digna do título de diva pop. Acompanhada de seus bailarinos e com um figurino impecável, a artista fez uma apresentação repleta de hits que colocaram o público para dançar do início ao fim e fechou com chave de ouro esta edição do Rock in Rio. Logo na primeira música, “Physical”, a artista levantou a Cidade do Rock, seguindo com canções como “New Rules” e “Be theOne” e fechando com “Don’t start now”.
Tributo à Elza Soares e megaprodução de Ludmilla marcam o dia no Sunset
Liniker foi a primeira artista a se apresentar em um show energizante no Sunset. Acompanhada pelo público, a artista cantou sucessos do seu repertório como “Zero” e “Baby 95”. Com a convidada Luedji Luna, a canção escolhida foi “Banho de Folhas”. Em seguida, um tributo à Elza Soares intitulado “Power! Elza Vive”, recebeu Majur, Agnes Nunes, Caio Prado, Mart’nália, Gaby Amarantos e Larissa Luz. Na abertura, a potente música “A Carne” foi interpretada por todos os artistas que participaram da homenagem e surgiram juntos no palco. Em seguida, cada um cantou duas músicas que conquistaram o público na voz de Elza — como “Malandro”, “Dura na queda”, “Saltei de bamba” e “Não-recomendado”, entre outras.
A co-headliner foi uma das maiores vozes do soul mundial, Macy Gray. A cantora também deixou sua homenagem à Elza Soares quando, logo no começo do show, cantou “A mulher do fim do mundo”. Carismática e divertida, a artista estava à vontade no palco, onde mesclava músicas autorais com covers de artistas como Rod Stewart, Radiohead e Metallica. No final do show, sua voz potente foi acompanhada por um grande coro da plateia na música “I Try”.
Atração mais aguardada do Sunset no Dia Delas, Ludmilla botou pra quebrar mostrando toda sua potência para uma multidão que se instalou em frente ao palco e não parou de cantar do início ao fim do supershow. Com uma produção grandiosa e repleta de convidadas de peso, como Tasha & Tracie, Majur e Tati Quebra Barraco, a cantora brasileira ainda anunciou o início de uma nova era de sua carreira, que será marcada pelo single “TicTac”, em parceria com Sean Paul.
Espaço Favela
No Espaço Favela a principal atração do dia foi Lexa. Nascida no subúrbio do Rio de Janeiro, a artista começou a cantar ainda criança por influência da família e, quando adolescente, passou a se apresentar em bailes funk com um repertório que mesclam pop e funk melody. Para ela, estar no Rock in Rio representa um dos momentos mais icônicos de sua carreira. “Estar aqui é um sentimento de alegria e representatividade. Alegria de onde eu vim, de onde eu nasci. Estar aqui tem um valor muito significativo. A gente está com uma estrutura gigantesca: mais de 25 bailarinos, várias trocas de roupas, elementos, equipe técnica, um show feito a mais de 50 mãos. Estou dando corpo alma e coração nesse show”, contou ela momentos antes de subir ao palco.
Mulheres dominam a arena de games
A GamePlay Arena também montou uma programação formada apenas por mulheres. Inspirando o público desde o início, o encontro entre Roberta Coelho, CEO do MIBR, time de e-sports mais antigo do Brasil, Leana Braga, Gerente de Tecnologias e Economia Criativa do Senac RJ, Priscila Queiroz, Senior Brand Manager Americas na Riot, e Bruna Soares, Diretora e Global Brand Partnerships na Ubisoft trouxe um pouco do conhecimento de poderosas mulheres sobre o mercado de games e tecnologias.
Um dos diversos assuntos discutidos dentro da arena foi a ainda a necessidade de trazer igualdade nas contratações entre homens e mulheres nesse mercado de trabalho, que apesar de já ter uma perceptível mudança, ainda está muito longe do ideal. “As coisas vêm melhorando. As empresas estão olhando para as meninas de outra forma. Porém, ainda falta muito quando a gente olha para os números e percebe que apenas 11% dos cargos de games e tecnologia são ocupados por mulheres. É muito pouco ainda”, disse a mediadora Roberta Coelho.
Já para Leana Braga, o desenvolvimento feminino para este nicho precisa estar atrelado a um pensamento de profissionalismo a longo prazo. “Quando a gente olhar para o mercado e entender as necessidades que estas profissionais terão dentro da área de tecnologia, nós iremos começar a evoluir. Nos games, por exemplo, a carreira é muito curta, então nós precisamos mostrar para essas meninas que elas possuem outras oportunidades na área de tecnologia, com uma visão de um futuro muito mais promissor”, acredita.
Além do debate, a Gameplay Arena recebeu o VALORANT GameChangers — torneio oficial da Riot Games para o cenário feminino. O confronto entre as equipes femininas do MIBR e do Gamelanders Purple, contou com narração e apresentação da equipe de mulheres do torneio na Riot Games. A partida terminou 2 a 1 para o time MIBR. Fechando a maior edição da arena de games no Rock in Rio, a DJ Bruna Strait colocou a galera para dançar ao som do melhor da música eletrônica.
Ações sociais marcam presença na Cidade do Rock
Para além das atrações musicais, o Rock in Rio contou com uma programação de talks e parcerias com ações sociais que atuaram dentro da Cidade do Rock. O ID_BR, em parceria com o Rock in Rio Humanorama, promoveu mais de dez conversas que dialogavam sobre os caminhos em prol da igualdade racial. A preparação para quem trabalha no festival ficou por conta do Instituto Glória. O público teve a oportunidade de saber mais sobre transplante de medula óssea e de fazer cadastro para se tornar um doador.
“O Rock in Rio, tem um olhar atento para ser, cada vez mais, um festival diverso, inclusivo e plural. Além das ações de acessibilidade implantadas há um bom tempo, agora, a gente vem com uma pegada de ampliar mais a visão de diversidade, trazer a inclusão por meio de ações sociais voltadas para a igualdade racial, como é o caso do ID BR. Com o Instituto Glória, fizemos um treinamento específico para a equipe de apoio e seguranças. Foi um material preparado pelo próprio Instituto, mostrando práticas de como identificar um caso de violência de gênero e qual é a melhor forma de acolher a mulher que sofreu a violência de gênero. Distribuímos por todos os banheiros da Cidade do Rock adesivos colados com frases motivacionais, incentivando as mulheres a denunciar o agressor”, explica Thiago Amaral, coordenador de acessibilidade do Rock in Rio.
Ações de inéditas de inclusão também aconteceram nesta edição do Rock in Rio. Na loja de produtos oficiais, uma collab com o artista Vitor Prudi — artista deficiente que montou uma marca de roupas. Foram duas camisas exclusivas: uma estampa de bateria com a logo do festival e outra com imagem de uma guitarra e frases de diversidade. Além disso, no dia 9 de setembro, a banda The Lokomotiv, que conta com uma vocalista surda que se consagra como a primeira pessoa surda a se apresentar no festival.
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