O Morumbi estava encharcado de tanta chuva e faltavam poucos minutos para começar o show da banda de abertura, Muse. A equipe tentava em vão secar o palco e proteger os instrumentos com toldos. Mesmo assim, sem atrasos, os ingleses subiram ao palco.

O vocalista, Matthew Bellamy se uniu à plateia no modelo capa de chuva. Mas, logo no início do show, a chuva parou.

O show de abertura foi uma grande oportunidade para o Muse mostrar seu melhor, literalmente. Pelo setlist ser reduzido a oito, nove músicas, só houve espaço para grandes hits, como Time Is Running Out, Starlight e Feeling Good. As canções mais impactantes do novo álbum, The Resistance, como Uprising e a música título do álbum, também estavam na lista. Infelizmente, como é de praxe em shows de abertura, o som estava baixo.

Após 50 minutos de apresentação, o Muse se despediu do Morumbi ao som de Knights of Cydonia.

O relógio

As luzes acenderam e um relógio intrigante apareceu no telão. Quando os ponteiros se encontraram no topo, o estádio do Morumbi tremeu. Como no primeiro show, o U2 escolheu uma música brasileira para a abertura. No sábado tinha sido Trem das Onze, e dessa vez foi A Minha Menina, dos Mutantes.

Os irlandeses subiram animados ao palco e Bono pulou quase o show inteiro. A banda apresentou algumas músicas do último álbum mas não deixou os sucessos Elevation, Still Haven’t Found What I’m Looking For, Mysterious Ways, Sunday, Bloody Sunday, e Beautiful Day de fora.

O que mais chamou a atenção nesse mega espetáculo não foi o setlist, com certeza. O palco em forma de garra, com pontes que se movem, o telão e a iluminação roubam a cena. Como se fosse uma nave espacial, o U2 faz uma apresentação de outro mundo.

A ideia do 360º é sensacional. Mas na realidade, ela não funciona totalmente. Quem senta na arquibancada de costas para o baterista acaba perdendo bastante.

No meio do show, com bom humor, Bono disse que havia combinado com o governador Alckmin que no dia seguinte (segunda-feira) ninguém trabalharia. Seria feriado. O dia do U2 no Brasil.

Como aconteceu nos outros shows do U2 aqui no Brasil, uma fã sortuda foi escolhida para subir ao palco. Ao lado de Bono, ela leu a tradução da música Beautiful Day, em português, dando uma aula de interpretação. No final, a plateia foi ao delírio, quando o vocalista deu um selinho na fã.

Bono também brincou com a plateia dizendo que tem um caso de amor com o Brasil. Que o Brasil e o U2 são praticamente casados. “Mas o Edge é inseguro e ele precisa ter certeza que vocês amam o U2 mais do que amam qualquer outra banda. Eu já sei disso porque não sou inseguro. Mas mostrem para ele”, disse Bono.

E esse clima de intimidade entre banda e público durou o show inteiro. No final, os fãs brasileiros já estavam com saudades.


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U2 faz segundo show e declara caso de amor com o Brasil