Desde que nasceu, em 1998, a Trama apresenta um projeto muito diferenciado em relação às demais gravadoras. Foi uma das primeiras a investir na troca de arquivos pela internet e agora resolveu ‘chutar o balde’ de vez. Acaba de ser lançada a Trama Virtual, um portal dedicado à cena independente da música brasileira.
Lá, artistas e bandas que não fazem parte de nenhuma gravadora podem montar uma homepage, disponibilizar seus sons e mostrar que têm valor sim. Além disso, o portal ainda conta com um guia que inclui casas de shows, lojas de instrumentos musicais e tudo mais que tenha a ver com esse mundo louco.
O Virgula/Música conversou com Carlos Eduardo Miranda, um dos idealizadores do projeto. Ex-diretor artístico da Trama e atual ‘comandante’ da Trama Virtual, ele conta que a gravadora aposta bastante nessa iniciativa e assume que a empresa está feliz em atuar na renovação da música brasileira.
Leia a entrevista!
Por que a Trama Virtual foi criada? De quem foi a idéia?
Esse é um projeto que começou há bastante tempo. Quem incenctivou foi o André Szajman. É até engraçado isso porque você espera uma idéia dessa de um cara louco, e não de um dono de empresa (Trama), como ele. A gente sempre falou muito sobre internet. Aí, em 2001 surgiu esse projeto. Na época eu era diretor artístico da Trama. Aí fiquei com esse projeto, comecei outros, fui acumulando algumas funções. No final de 2002 a gente começou uma série de testes, pra ver como a galera reagiria. A gente queria estrear o site funcionando legal. Praticamente 2003 inteiro a gente ficou observando como era a comunidade pra conseguir chegar nesse resultado que está no ar hoje. Não é um resultado definitivo. Mas eu acho que já é uma versão bacana, fruto do convívio com a comunidade. Para ter uma idéia tivemos o upload de cerca de 5700 músicas nesse período de testes, uns 1300 artistas diferentes. E o que mais nos surpreendeu foi a qualidade do som. A gente tem uma espécie de direção artística no site, uma curadoria. A gente ouve tudo e seleciona alguns para colocar nos destaques do site. E a gente percebeu que no mínimo 25% de tudo que já entrou lá estão mais do que aprovados. Isso é muito legal.
Quantas pessoas estão envolvidas nesse projeto?
Olha, tem muita gente em várias áreas diferentes, tecnologia e tal. Mas hoje, na equipe, nós temos umas 5 ou 6 pessoas. A gente escuta tudo, sabe, é um trabalho muito intenso, de completa interação. E além disso, é uma iniciativa vinda de uma gravadora, pela primeira vez.
