Após ter ficado famoso como vocalista do grupo Cidade Negra, o cantor carioca Toni Garrido decidiu investir em seu vôo solo com o álbum Todo o meu canto sai do meu coração, encabeçado pela sua primeira música de trabalho, Me libertei, faixa dos anos 1970 que se tornou conhecida na voz de seu xará Toni Tornado.

Junto à banda Flecha Black, composta por dez músicos, Toni estreou o show baseado no álbum no dia 2 de dezembro, no Canecão, Rio de Janeiro. Seu disco teve produção sob batuta de Liminha e colaborações de Jorge Mautner e George Israel. Rock, soul e funk estão no cardápio do lançamento. Ele, que apresentou também o recém-concluído concurso de bandas Gas Sound, conversou conosco sobre essas e outras na entrevista a seguir.

De que maneira você associa a letra de Me libertei (Jurei nunca mais fazer som por aqui / Porque ninguém tinha interesse em me ouvir / Mas agora é hora de me libertar) a essa nova fase de sua vida?
A única conexão é que é a primeira música publicamente apresentada. Sei que frustro algumas pessoas quando digo que o título da canção não tem nada a ver com acontecimentos pessoais já que nunca estive preso, encarcerado a nada. Como diz a letra da música Trevo de Quatro Folhas, “olhando a vida de frente, sempre fiz minhas escolhas”. O passado para mim foi só felicidade.

Com que características musicais de Toni Tornado você se identifica?
Swing, divisão rítmica, soul, pegada, raça, black power.

O contato com talentos de todo o Brasil no programa GAS Sound ajudou a temperar este trabalho de alguma forma?
Tudo conspira para o mesmo caminho. No momento existe na minha vida uma overdose de independência e jovialidade que são elementos absolutamente normais entre jovens músicos que é o mesmo caso do Gas Sound: atitude, risco e felicidade.

Como foi a estréia nacional do novo show?
Foi maravilhosa, mas eu não me iludo. Afinal, amigos sempre gostam. Lá no Canecão, acredito, todos que foram o fizeram por amor e carinho. Foi o primeiro de muitos. Vamos ver o que vem por aí.

As promoções “Peça Me Libertei nas rádios”, “Vá ao camarim do Canecão” e indique amigos no Orkut” são bons exemplos de divulgação viral na web. Você e sua equipe de produção tem conversado sobre como a internet pode agir em favor da divulgação desse novo álbum?
Isso é o que mais temos conversado. É surpreendente para mim a transformação dos meios de comunicação. Tudo muda toda hora, mas já cheguei à conclusão de que o novo mundo é todo conectado. Cabe a mim me adaptar a ele.

Como foi ter o Liminha como co-produtor deste trabalho?
O co-produtor sou eu. Ele é o produtor. Ele é um dos grandes. Bacana ele ter aceitado dividir a produção comigo. A assinatura é algo muito pessoal. Você precisa acreditar muito no outro para dividir uma produção musical.

Como rolou o encontro com a banda Flecha Black, que acompanha você?
A Flecha Black é um projeto egotrip. Idealizei os melhores amigos realizando as melhores funções. Quase uma utopia, mas acredite, deu certo.

Até que ponto você ainda é um artista vinculado ao reggae? Acredita que transcendeu este gênero?
Sinto-me pequeno para transcender qualquer gênero. Serei eternamente súdito da canção. A canção comanda tudo. Acredito nela, me relaciono com a música humildemente. Os sons é que transcendem. E serei, sim, um eterno agradecido e respeitoso cantor de reggae.

Sua formação como fisioterapeuta e professor de educação física influenciou de alguma maneira sua preparação para esse trabalho?
Minha formação acadêmica me revela como cidadão e o cidadão é 90% do artista. Ser fisioterapeuta contribui na visão que tenho do mundo.


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Toni Garrido voa solo com Todo o meu canto sai do meu coração

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