Um dos ‘patrimônios’ da música popular brasileira completa 70 anos e quem ganha presente é o público. Isso mesmo. Estamos falando de Tom Zé, o baiano, voz forte da Tropicália, que no final da década de 70 já usava scratches e samples em suas músicas, para quem acha que isso é novidade.
No dia de seu aniversário, comemorado no dia 11 de outubro, Tom Zé lançou também seu novo trabalho Danç-Êh-Sá – Dança dos Herdeiros do Sacrifício, um disco curioso, político e que traz sete canções sem letra.
Das sete músicas, cinco são compostas em parceria com Paulo Petit. Aliás, no encarte do disco você não irá encontrar a palavra compositores e sim ludositores. Coisas que você só pode esperar de Tom Zé.
Com o novo trabalho, Tom Zé quis se aproximar mais da juventude. Preparou Danç-Êh-Sá a partir de uma pesquisa feita pela MTV, que revelou a forte tendência dos jovens para o hedonismo, consumismo e irresponsabilidade social. Para chegar a esses jovens, mudei tudo que já produzi e segui a sugestão de Chico Buarque de que a canção acabou.
O nome de cada uma das faixas se referem a revoltas dos povos, o que já é um indicador do que o disco traz: uma reflexão sobre o social.
Além das tradicionais batidas eletrônicas, este disco traz também a mistura de instrumentos africanos, e mostra que nem sempre uma canção precisa de letra para dizer alguma coisa.
Faixas:
1- Uai-uai – Revolta Queto-Xambá 1832
2- Atchim – Revolta Paiaiá 1673
3- Triú-triii… – Revolta Malê 1835
4- Cara-cuá – Revolta Nagô-Oió 1830
5- Acum-mahá – Revolta Jege-Mina-Fon 1834
6- Taka-tá – Revolta Banta 1910
7- Abrindo as urnas – Encourados de Pedrão 1823