Tom Jones já foi o Rei do Kitsch. Mas hoje é considerado o Rei do Cool. O cantor que rebolava em cabarés de Las Vegas e era conhecido como “Medallion Man” é coisa de um passado distante. Hoje, Tom Jones canta duetos com Robbie Williams e grava com o superastro do hip-hop Wyclef Jean.
Aos 62 anos, ele está no auge de sua forma musical, e o “Touro Indomável do Pop”, como também era conhecido, está adorando cada minuto disso.
“O entusiasmo é tão grande quanto na época que eu tinha 20 anos”, ele contou à Reuters, depois de ensaiar a apresentação que fará nos Brit Awards, nesta quinta-feira, quando vai receber um prêmio pelo conjunto de sua carreira, que abrange quase 40 anos.
“É um tremendo tapinha nas costas. É muito bom”, disse ele, curtindo sua carreira com a mesma energia juvenil que demonstrou quando cantou seu primeiro grande sucesso, “It’s Not Unusual”, nos distantes anos 1960.
Aposentar-se não faz parte de seus planos. “Minha voz continua firme, e adoro cantar. Acho que a voz me dirá quando devo parar. Eu ficaria com raiva de mim mesmo se me aposentasse antes da hora.”
O cantor galês que parece ser movido a testosterona comentou: “Cantar ao vivo é o mais perto que se pode chegar de fazer amor. Há aquela antecipação toda, a adrenalina quando você está cantando e a enorme satisfação depois de terminar — como quando se fuma um cigarrinho depois”.
Tom Jones é o primeiro a admitir que os anos 1980 não foram uma época boa para ele. “Os compositores me viam apenas como artista que canta em Las Vegas, o que me prejudicava na hora de gravar. Era frustrante.”
Ele rebolava enquanto cantava seus maiores sucessos no palco, que, em pouco tempo, ficava repleto de calcinhas e chaves de quartos atiradas por fãs desvairadas.
Seu filho Mark se tornou seu empresário e dedicou-se a fazer Tom Jones voltar a ser cool. “Ele conhecia meus pontos fortes”, diz o cantor, agradecido.
O caminho de volta ao sucesso nas paradas começou quando ele gravou “Kiss”, de Prince, com The Art of Noise. “As pessoas acharam que seria um cruzamento de kitsch com tecnopop, mas não foi.”
Um dueto de enorme sucesso feito nos Brit Awards com Robbie Williams levou a seu álbum “Reload”, que vendeu milhões de cópias e no qual ele canta com vários grupos modernos, desde The Stereophonics até The Cardigans.
Agora ele se uniu a Wyclef Jones no muito elogiado álbum “Mr. Jones”, para o qual até começou a compor algumas canções.
Fica claro que o desafio de agradar a toda uma geração nova de fãs jovens é instigante para Tom Jones.
Mas ele nunca se cansa de cantar seus sucessos antigos, como “Delilah” e “The Green Green Grass of Home”, com sua famosa voz de vulcão.
