Duas das mais importantes bandas do rock nacional dividirão o palco durante o São Paulo Moto Festival, dia 06 de setembro no autódromo de Interlagos. Parceiros de longa data, Titãs e Paralamas fizeram juntos shows históricos ao longo de suas carreiras, como o encerramento do Hollywood Rock, em 1992.

Em turnê pelo Brasil, o integrante dos Titãs, Tony Belloto, conversou com o Virgula sobre a parceria com a banda de Herbert Vianna, falou sobre as mudanças ao longo dos anos e declarou: “Estamos na crista da onda”.

O que mudou em vocês desde o encontro no fechamento do Hollywood Rock, em 1992?
Muita coisa. O Arnaldo e o Nando saíram dos Titãs, o Marcelo morreu. O Herbert sofreu o acidente. O tempo passou. Muita coisa muda no plano pessoal e profissional. Mas em essência continuamos os mesmos. Duas bandas de rock que amam o que fazem e que vivem na estrada, fazendo música.

Assista Titãs e Paralamas no encerramento do Hollywood Rock 92

Como é a integração musical entre as duas bandas? Vocês têm gostos parecidos?
Integração total. Nos damos bem, nos divertimos juntos, somos amigos. Muitas afinidades, e algumas diferenças que tornam uma banda mais interessante aos olhos da outra.

Muitos críticos têm apontado o declínio do rock nacional, uma vez que poucas bancas novas têm surgido no cenário. Vocês acreditam nisso?
Claro que não. O rock pode não aparecer tanto no “mainstream”, na corrente mais comercial do negócio, e isso é ótimo. O rock deve ser mesmo meio alternativo. Há muitas bandas surgindo sempre, e com trabalhos interessantes e criativos.

A maturidade trouxe mais benefícios do que prejuízos?
Benefícios, claro. Antigamente éramos imaturos, sofríamos por coisas que achamos irrelevantes hoje em dia. Por exemplo a competitividade entre as duas bandas. Hoje sabemos que Titãs e Paralamas já têm seu espaço garantido no Olimpo do rock brasileiro.

Como é relação entre Titãs e Paralamas? São amigos fora dos palcos?
Já fomos amigos, hoje somos irmãos.

Sei que vocês não gostam do rótulo de revival para a turnê. Como você define o encontro?
Se você quiser ver como revival, tudo bem, porque o encontro também tem esse aspecto de retrospectiva. Só que continuamos relevantes, vibrantes e atuais. Por exemplo, ontem assisti ao show do João Gilberto aqui no Rio. É revival, comemora 50 anos da Bossa-Nova. Mas ao mesmo tempo é atual, e excelente. Se as pessoas continuam lotando as casas por onde passamos, e se o dvd consta das listas dos mais vendidos, e se estamos indicados ao prêmio de melhor show do ano pela MTV, como é o caso, tudo certo. Estamos na crista da onda.

Qual a sua opinião sobre downloads gratuitos pela internet?
Não sei. Eu ainda estou tentando me adaptar à era do cd.

Vocês podem nos contar uma boa história vivida junto com os meninos dos Paralamas?
As melhores infelizmente não posso contar. São duas bandas de rock, né? Imagine você mesma. Bebedeiras incríveis em Buenos Aires, partidas de futebol em São Paulo, ensaios divertidíssimos no Rio.

O que você gosta de ouvir atualmente?
O mesmo de sempre: Muddy Waters, Stones, White Stripes, Marvin Gaye, Clash e Bob Marley.

Quais os próximos projetos dos Titãs?
Estréia do filme do Branco sobre a história da banda, em setembro, e gravação de um disco novo, com músicas inéditas, a ser lançado no primeiro
semestre do ano que vem.

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Titãs e Paralamas do Sucesso tocam juntos em São Paulo

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