Festival Cultura Inglesa 2012


Créditos: Gabriel Nanbu

Enquanto o Franz Ferdinand tocou conhecidos hits radiofônicos no Cultura Inglesa Festival, neste domingo (27), em São Paulo, o quinteto The Horrors e o trio We Have Band foram responsáveis por apresentar novos sons do rock britânico aos brasileiros. As duas bandas realizaram shows no Parque da Independência antes do grupo escocês.

O The Horrors, com seu revival post-punk, já circula no circuito de grandes festivais de música e é um pouco mais falado no Brasil. O We Have Band, por sua vez, é quase desconhecido por aqui, apesar de já chamar o interesse da crítica internacional.

O We Have Band, composto por Darren Bancroft, Thomas WP e a mulher dele, Dede WP, se apresentou primeiro. A banda, formada em Manchester há quatro anos, mostrou músicas de seus dois álbuns, WHB, de 2009, e Ternion, lançado em janeiro de 2012.

Nos discos, o trio abusa e usa dos sons sintéticos para construir suas (bem produzidas) canções, ora dançantes, ora viajantes. Ao vivo, a banda soa mais crua. Utilizando o baixo elétrico e a bateria acústica como esqueleto das canções, Dede e Thomas acrescentam barulhinhos e texturas eletrônicas para dar forma às músicas. O resultado são sons fortes e pessoas pulando a todo vapor. Entre as canções que fizeram sucesso no Cultura Inglesa Festival estão Divisive; Love, What You Doing? e Oh! (ótimas canções dançantes para discotecar por aí). Do disco novo, destaque para a questionadora Where Are You, People?.

Durante a apresentação, a banda parececia se divertir genuinamente. Enquanto Darren, no comando de seu sintetizador, batia cabeça com vontade ao ritmo da música, Dede dançava pelo palco.

O The Horrors, que se apresentou logo em seguida, por sua vez, contou até com fãs adolescentes dando gritinhos ao subir ao palco. Estranho, muito estranho. Apesar do visual estiloso, o som do The Horrors não é exatamente a coisa mais digerível para ouvidos pop (apesar das boas melodias).

A primeira música do show, Mirror’s Image, já denunciava o gosto dos rapazes por sons shoegazer, produzidos a partir guitarras distorcidas e teclados dissonantes. Para complementar, a canção posssui o heterodoxo vocal à la Ian Curtis (Joy Division) do vocalista Faris Badwan.

A apresentação foi toda baseada nos dois últimos discos da banda, o Primary Colours, de 2009, e o Skying, de 2011. Scarlett Fields, que passa de um verso melancólico até uma parede barulhenta de guitarra e teclado, foi um dos pontos altos do setlist. Para não deixar dúvida de suas intenções anti-pop, a banda fechou com a longuíssima e climática Moving Further Away. Para muitos, o encerramento com essa música deve ter soado entediante. Ainda assim, foi um show interessante.


Setlist – We Have Band

– Steel in the Groove
– Visionary
– Divisive
– Love, What You Doing?
– After All
– Centrefolds and Empty Screens
– Waterlight
– Where Are You People
– Honeytrap
– You Came Out
– Oh!
– Tired Of Running
– Time After Time

Set List – The Horrors

– Mirror’s Image
– Who Can Say
– I Can See Through You
– Scarlet Fields
– Changing the Rain
– Endless Blue
– Sea Within a Sea
– Still Life
– Moving Further Away


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The Horrors e We Have Band mostram novos sons do rock britânico no Cultura Inglesa Festival

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