Uma das atrações do festival pernambucano Rec-Beat 2008, os brasiliences do Móveis Coloniais de Acaju estão otimistas com o show programado para o dia 2 de fevereiro, no palco Cais da Alfândega. “Rec Beat vai ser lindo! E que venham os shows!”, comentou Esdras, saxifonista da banda, em entrevista ao Virgula Música.

E esse festival já faz parte do longo currículo que a super banda – afinal, são dez integrantes que se misturam entre sax, trombone, guitarra, bateria e flauta! – vem engordando. No último ano, os caras passaram por várias cidades brasileiras, rodaram do norte ao sul. Nessas andanças aprenderam muitas coisas, até que nem sempre “abadás e periguetes” fazem os locais ficarem lotados.

“O ano passou bem rápido. Tocar no Brasil inteiro e passar por cidades como Belém, Natal, Cuiabá, Londrina e tantas outras que não estão no circuito cultural Rio-São Paulo, mas tem uma força muito grande foi ótimo”, conta Esdras.

O Móveis ainda não faz parte da cena ‘mainstream’, do meio das grandes bandas, com uma grande gravadora. Mas esse detalhe não intimida os caras, que já tocaram ao lado de nomes conhecidos da música como no último Indie Festival, que rolou em São Paulo, em setembro passado. “Tocar com bandas que sempre gostamos é muito bom. Estamos buscando nosso espaço, pouco a pouco e sem perder o ponto.. Vamos indo..”, completa Esdras.

‘O Móveis’

Ter dez integrantes dentro de uma banda pode parecer loucura. A primeira vista, é complicado imaginar esse monte de gente compondo, pensando e criando junto. Mas, não, para o Móveis essa característica se trata apenas de uma solução.

“O que pra outras bandas pode parecer complicado, no nosso caso é algo que ajuda a banda em vários aspectos, inclusive agora com relação as composições novas”, explica Paulo, saxofonista. E Esdras completa: “O fato de sermos muitos é, na minha opinião, nosso diferencial, e estamos todos no mesmo barco, querendo o melhor”.

Falando em composições, curioso na banda é o contraste entre os temas “deprês” que as canções abordam, mas levados pela alegre pegada do Ska. Com essa mistura, de desespero e alegria, entraram com a canção Sem Palavras para uma lista que a revista Rolling Stones fez com as 50 melhores músicas de 2007. “Seria trágico se não fosse cômico certas situações, não acha?”, brinca Paulo, falando sobre as letras sarcásticas que escrevem.

Show à parte são as performances da banda. Dez homens que fazem suas danças no palco, mesmo com um jeitão meio desengonçado. Mas é com isso que chamam os fãs para dançar junto. “Na realidade, ninguém sabe dançar na banda, somos tímidos… No palco, então, fazendo isso é uma forma de interagir”, explica Paulo.

Assim, independente, ganhando os fãs pelo som que fazem, o Móveis vai se configurando como uma das bandas mais disputadas no circuito underground. E, mesmo parecendo ser uma febre, que pode passar logo, Esdras conclui:

” Não acho que a gente seja uma febre, mas o resultado de um trabalho que estamos fazendo, onde crescemos e aparecemos aos poucos, sem correr o risco de dar um passo maior que a gente pode. Temos muita coisa pra mostrar ainda…”.

+Confira a programação do Rec-Beat


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'Temos muita coisa pra mostrar ainda...'; Móveis Coloniais de Acaju fala ao Virgula