Michael Jackson
O cineasta americano Spike Lee apresentou nesta sexta-feira, na 69ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, o documentário Bad 25, uma verdadeira “carta de amor” do diretor a Michael Jackson por conta do 25º aniversário de lançamento do álbum Bad.
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O documentário, que é exibido em uma mostra não competitiva, resgata clipes e uma série de imagens de shows do “rei do pop”, todos relacionados com os principais sucessos desse disco, como Bad, The Way You Make Me Feel, I Just Can’t Stop Loving You, Dirty Diana, Smooth Criminal e Man In The Mirror.
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“O que Michael Jackson significa para mim está escrito aqui, está incorporado neste documentário. Isto é uma carta de amor a Michael Jackson. Cresci com ele. Na época em que ele fazia parte do Jackson Five, eu queria ser como Michael Jackson. Tinha o cabelo afro, mas não podia cantar e dançar como ele”, afirmou o cineasta durante a apresentação documentário em Veneza.
“Além disso, o documentário me deu a chance de poder trabalhar com as pessoas que sempre acompanhei. Para mim, foi uma confirmação de quão duro Michael Jackson trabalhava. São professores em seus terrenos”, acrescentou o cineasta.
Com entrevistas da época e outras recentes, Spike Lee, que participa pela nona vez do Festival de Veneza, dá voz a todos aqueles que colaboraram com Jackson em Bad, desde o produtor Quincy Jones até Martin Scorsese e Wesley Snipes, diretor e ator, respectivamente, do clipe da faixa homônima.
Os cantores Mariah Carey, Chris Brown, Kanye West e, inclusive, o jovem Justin Bieber são outras celebridades da música que participam desta homenagem ao falecido “rei do pop”.
“Um dos motivos pelos quais eu queria fazer esse documentário era que, quando a gravadora Sony me ofereceu este projeto, eles queriam que me concentrasse somente na música. Durante muitos anos – eu me incluo – nos concentramos só na música e não em Michael Jackson. Agora, temos que reconhecer o gênio que era”, comentou Spike Lee.
“Não vimos o sangue, o suor que estava por trás. Esta era uma oportunidade de poder descobri-lo, falando com músicos e falando com gravadores. É preciso lembrar que Bad sucedia Thriller, que até hoje é o álbum mais vendido da história. Imaginei a pressão de Michael por repetir este êxito”, acrescentou.
Segundo o cineasta americano, o “rei do pop” não se sentava simplesmente e começava a criar, mas estudava os grandes artistas de outras de áreas, como a fotografia e a dança, e o que aprendia com eles incorporava em seu trabalho.
“Michael tinha um talento musical nato. Frequentemente, ele criava canções somente em uma gravadora. Tocava muito bem piano e tinha habilidade para criar todos os aspectos de uma canção, embora não sabia tocar todos os instrumentos”, apontou.
Através das inúmeras lembranças que surgiram durante as gravações dos clipes e das músicas de Bad, Spike Lee constrói um discurso narrativo baseado na peculiaridade e originalidade de Jackson. Neste aspecto, a canção Man in The Mirror, que finaliza o documentário, aparece como a trilha sonora de sua morte, ocorrida em 2009.
“Man in The Mirror se transformou em um hino para ele, como quando assassinaram a John Lennon, que as pessoas cantavam Imagine. Quando Michael Jackson morreu, o povo cantava Man in The Mirror“, disse o cineasta, que ressaltou que até os filhos do cantor estão querendo ver este documentário para aprender mais sobre o pai.
Além da apresentação de Bad 25, Spike Lee também receberá o prêmio Jaeger-Le Coultre – Glória ao Cineasta por ser, segundo a organização do Festival de Veneza, um “espírito criativo e combativo, autor de filmes audazes e mordazes, com frequência imprevisíveis e provocativas no melhor sentido da palavra”.