O Sonora Festival Internacional de Compositoras se transformou. Referência no país, e com diversas ações internacionais, o projeto estreia em 2023 a Casa Sonora, que busca se colocar como uma referência na produção de conhecimento para produtoras e outras profissionais da indústria musical. Com patrocínio da Natura Musical, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e em parceria com o Sesc Palladium, a Casa Sonora irá oferecer, entre os dias 16 e 20 de agosto, em Belo Horizonte, uma programação cultural pautada em estratégias de profissionalização de agentes do setor da música e formação de plateia.
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A iniciativa, que busca promover o incentivo à potencialização das conexões entre agentes mulheres da música, vai realizar uma série de oficinas formativas, rodas de conversa, saraus e ainda shows de Fernanda Takai e Bia Nogueira – dia 16 de agosto, na noite de abertura, no Grande Teatro do Sesc Palladium – e Déa Trancoso e Glaw Nader no dia 20 de agosto, na noite de encerramento, no Teatro de Bolso do espaço. Dois saraus no Espaço Jardim, comandados por Manu Ranilla, dia 18, e por Cleópatra, dia 19 – artistas que foram selecionadas em um edital aberto -, também completam a programação. Os ingressos para os shows têm preços populares, a R$2 reais a inteira. Durante os cinco dias de programação, o projeto também irá receber 15 produtoras residentes do Sonora pelo país, englobando as cinco regiões brasileiras, para se reunirem e participarem das atividades do projeto.
As ações formativas recheiam a programação da Casa Sonora. Entre as convidadas, estão Dani Ribas (Sonar Cultural Consultoria), Carol de Amar (A Macaco), Maria Laura Tergilene (Fabrica Criativa), Monique Dardenne (Women’s Music Event), Aline Cântia (Instituto Cultural Abrapalavra) e Ivana Tolotti (produtora).
programação Casa Sonora
A programação do projeto que corta as fitas nesse 2023 começa ambiciosa, em noite especial no Grande Teatro do Sesc Palladium. A noite do dia 16 de agosto conta com show da cantora e compositora Fernanda Takai, nome marcante da música nacional, e referência essencial na cena mineira. A abertura do show ficará por conta de Bia Nogueira, artista mineira, co-criadora do Sonora e criadora do Instante da Música Negra (IMUNE).
Já no dia 17 de agosto, quinta-feira, as atividades começam efetivamente. E o primeiro encontro é com Dani Ribas, na oficina “Sensibilização de públicos”, às 10h30, no Mezanino. Nela, Dani Ribas vai desvendar como os algoritmos fazem a segmentação de públicos on-line e vai ensinar estratégias para artistas coletarem Small Data e compreenderem o comportamento e as motivações de seu público.
Ainda no dia 17, às 15h, acontece um bate-papo com Carol de Amar, também no mezanino. No encontro, Carol vai dividir sua experiência à frente da A Macaco e do Festival Sarará. Carol de Amar é co-fundadora e gestora artística da produtora de música e cultura AMacaco, uma das idealizadoras do Festival Sarará e empresária da banda Lagum, do grupo Fenda e de outras artistas da cena de Belo Horizonte que compõem o selo de música MacacoLab.
No dia 18, a programação abre com um bate-papo com Monique Dardenne, às 15h, no mezanino. No encontro, Dardenne contará como desenvolve seu trabalho com a Plataforma de música Women’s Music Event, do qual é co-fundadora, e também sobre o primeiro prêmio da música exclusivo para mulheres também desenvolvido pelo WME.
O Sarau Casa Sonora, sob comando de Manu Ranilla, completa a programação às 18h, no Espaço Jardim do Sesc Palladium. Além de Ranilla, haverá também um palco aberto para artistas que quiserem se apresentar.
No dia 19 de agosto, sábado, as atividades começam com a oficina de Produção Afetiva com Aline Cântia, às 15h, no Mezanino. No encontro, Aline abordará sobre trabalho em equipe na cultura, introdução à comunicação não violenta, conceito de relacionamento interpessoal e intrapessoal, vocabulário sugerido e vocabulário a evitar, habilidades para a imposição de limites sem agressividade, mediação de conflitos, hábitos e boas práticas.
Mais um Sarau Casa Sonora, dessa vez sob comando de Cleópatra, acontece no Espaço Jardim, completando a programação do dia às 18h, e novamente com palco aberto a outras artistas.
Para o encerramento, no dia 20, a programação vai mais uma vez de oficinas formativas à música. Ivana Tolotti comanda um encontro, às 15h, sobre Captação Criativa- Captação de Recursos, no mezanino. Já às 19h30, o Teatro de Bolso recebe o encerramento do projeto com shows de Déa Trancoso e abertura de Glaw Nader.
A Casa Sonora foi selecionada pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura de Minas Gerais (LEIC), ao lado de 1ª Festival Música Doida, Festival Pá na Pedra, Jack Will, Natania Borges, N’zinga, Paige e ruadois. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 160 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira como Maíra Baldaia, Sérgio Pererê e Meninos de Araçuaí.
A iniciativa SONORA
Em 2016, o Sonora – Festival Internacional de Compositoras surgiu como um movimento nas redes sociais para divulgação de mulheres compositoras, por meio da hashtag #mulherescriando, criada pela musicista, poeta e agitadora cultural Deh Muss. Logo, tornou-se um festival internacional em rede, somando 74 cidades de 16 países, e abraçando mais de mil artistas ao longo do caminho com seu objetivo central de dar visibilidade, promover e legitimar a presença da mulher compositora, de forma a contribuir para a redução da desigualdade de gêneros no meio musical. O Sonora foi o primeiro festival internacional de compositoras e um dos movimentos precursores do empoderamento feminino na música.
A Casa Sonora surge, então, como um espaço de materialização desses interesses – o fortalecimento profissional e empoderamento de mulheres do mercado da música, por meio do trabalho em rede e a criação de um ambiente que possibilita o aprendizado, a troca e a ampliação da criatividade.
“Além de promover o primeiro encontro de produtoras e artistas da rede e de fortalecê-las por meio dessas atividades, a CASA SONORA também tem uma mensagem muito importante. Queremos mostrar nossa visão de mundo e os valores que norteiam nosso trabalho em direção à sociedade que queremos: um futuro feminista, com oportunidades para todos, sustentável e em rede. Esses são alguns dos pilares que consideramos fundamentais para o nosso desenvolvimento social, econômico, ambiental e político”, destaca Isabella Bretz, cantora, compositora, produtora cultural, escritora, analista internacional e uma das coordenadoras do SONORA.