Essa será a terceira vez que os novaiorquinos do Interpol chegam ao Brasil para shows. A banda de Paul Banks, Daniel Kessler e Sam Fogarino está entre as grandes atrações do Festival Lollapalooza, que acontecerá nos dias 28 e 29 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Agora, eles vêm para divulgar seu mais recente álbum, El Pintor, lançado no ano passado.
Mas o que os fãs brasileiros não esperavam é que anexado ao show, vão ter que encarar um provável sol das 15h25 fervendo à moringa da galera, horário da apresentação dos caras no festival. Ou seja, protetor solar será um companheiro indispensável para vê-los. E, com toda essa postura séria e dark da banda, eles vão ter que provar que não são vampiros e encarar o público frente à frente.
Para saber o que eles acham de se apresentar com os raios do sol brilhando na cara, o Virgula Música trocou uma ideia por telefone com Sam Fogarino, que muito educado e de bom humor, se mostrou empolgado em estar voltando ao Brasil, e disse que tocar à tarde não será um problema, embora eles sejam da noite. O baterista também falou sobre outras coisas, como influências diversas dos integrantes e deu dicas de como será a apresentação no Lolla. Se liga no bate papo:
Virgula música: a banda está empolgada em voltar ao Brasil novamente?
Sam Fogarino: Sempre tivemos bons momentos aí. Sempre que tocamos em lugares bonitos como o Brasil criamos uma expectativa de que cada vez será melhor. Mas o público brasileiro sempre supera as nossas expectativas (risos).
Quais são as suas melhores lembranças daqui?
Eu lembro que tocamos em grandes palcos de festivais e também em casas de shows menores, que eram muito quentes. Ah, cara, e as praias do Rio. Me recordo que acordei em uma manhã e fui andar na praia e para todo o lugar que eu olhava era incrível. As pessoas também são diferentes de qualquer outro lugar do mundo. São únicas.
Será apenas um show no Brasil e dentro de um festival, ou seja, com tempo reduzido de uma apresentação normal. Como vocês vão fazer para agradar aos fãs?
Nessas situações tentamos fazer uma mistura de nossa carreira com músicas novas e velhas. Como será um show mais curto, vamos tocar umas duas músicas de cada disco, as que mais nos representam. Claro que, às vezes não é tão divertido tocar músicas novas para algumas pessoas que ainda não conhecem o novo material, então terá de todas as épocas.
No Lollapalooza vocês vão tocar às 15h25, e provavelmente com um sol bem forte. Isso é um problema para vocês?
Bom, um problema, não, mas preferimos tocar à noite porque a banda consegue criar uma atmosfera que tem a ver com a nossa música. Amamos tocar a noite, temos a iluminação ao nosso favor. Quando fazemos shows durante o dia ficamos muito expostos e fica mais difícil atingir essa atmosfera. Somos da noite, mas não temos medo do sol (risos). O importante é tocarmos alto e não importa se é dia ou noite.
E quais outros shows você gostaria de assistir no festival?
Robert Plant e Jack White. Gosto muito desses dois caras!
Qual é a principal diferença entre o novo álbum, El Pintor, e os antigos?
Bem, eu acho que El Pintor é um pouco mais compacto do que os dois primeiros álbuns, por exemplo. Embora as pessoas gostem bastante deles, agora a banda está em um momento mais direto, com mais experiência dentro de um estúdio. Somos mais imediatos e vamos direto ao ponto. Não ficamos enrolando mais. Você entende, certo?
Sim. E como Paul Banks se saiu tocando baixo pela primeira vez em um álbum do Interpol. Vocês ficaram satisfeitos com o resultado dele?
Ele fez um ótimo trabalho. Na verdade, foi meio natural e ele soube fazer exatamente o que a música pedia. Foi bastante dinâmico. Paul tem um grande talento como escritor e músico. Ele pode tocar qualquer coisa, e sempre o faz bem.
E o que vocês andaram ouvindo para compor o álbum? Quais foram as influências?
Cada integrante sempre ouviu coisas diferentes, e acho que é isso que compõe o nosso som. Eu e Daniel [Kessler] ouvimos muito Fugazi e The Clash, que são grandes inspirações pra gente. Também escutamos Neil Young, Pixies e Bob Mould. Já Paul é um grande fã de hip-hop. Quando estamos em turnê ouvimos tudo isso.
No início, o Interpol foi muito comparado ao Joy Division. Ainda rola isso?
Sim. Algumas pessoas ainda insistem nisso. Elas sempre comparam alguma coisa com outra. É normal. É como uma referência para algo. Eu acho que é uma comparação boa, embora ache que a gravação do Interpol é bem diferente do Joy Division. O importante é fazer boa música.
Para terminarmos, qual é a sua música preferida do Interpol? E por que?
Uma só?
Sim.
Bom, difícil escolher. Mas acho que é Not Even Jail. O jeito que ela foi criada foi muito natural. Estávamos todos dentro de um quarto e naquele momento dividíamos a mesma sintonia. Sabe? É uma ótima recordação que tenho de um bom momento e eu nunca me canso de tocá-la (risos). Eu realmente amo essa música!
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