A 9ª edição do Skol Beats —evento que, este ano, é feito com a participação do público através de votação no site— já tem definido o linu-up de DJ nacionais. Entre eles não poderiam faltar Anderson Noise (foto) e Marky, os recordistas em apresentações no festival.

“Tenho um carinho muito grande pelo festival, principalmente pela tenda Marky & Friends, que sempre foi a mais cheia do Skol Beats e a mais freqüentada”, comenta DJ Marky ao Virgula Música.

Nesta edição, porém, não haverá tenda Marky & Friends no festival, algo que, confessa o DJ, o deixou “muito chateado”.

Marky, que já tocou em diversos festivais na Europa, Estados Unidos, Japão e outros lugares do mundo, diz que tocar em terras tupiniquins tem um gostinho especial. “Acho que o lance de tocar no Brasil é que aqui é o meu país. Então, sempre faço e vou fazer tudo para que a música que toco e acredito tenha seu espaço.”

Mas, nesses mais de dez anos em atividade, nem tudo foram flores para o DJ Marky. “Uma vez, em um festival na Bélgica, os organizadores esqueceram de passar no hotel para levarem os DJs (Eu, Roni Size, Mstkrft e mais uns caras que não me lembro)”, conta.

Outra situação constrangedora que Marky teve de passar foi no festival britânico Global Gathering, do ano passado. “A organização era péssima, estava chovendo, um lamaçal que nunca vi igual, e na tenda de Drum’n’Bass o som era baixo. Simplificando: não era o meu dia”, lamenta.

De qualquer forma, é inevitável passar por momentos assim se pensarmos na extensa lista de festivais em que ele já se apresentou: Creamfields, Exit, Pukkelpop, Global Gathering, Gatecrasher, Glastnbury, Big Chill Festival, Homelands, só para citar alguns (ufa!). “Geralmente não ligo muito para isso (em quantos festivais ele já se apresentou). Gosto e me preocupo mesmo em passar alegria, diversão, informação e cultura para as pessoas, isso sim é importante”, comenta Marky.

Mas, enganou-se quem pensou que um dos DJs mais famosos do Brasil vai aos festivais apenas para tocar. Como espectador, Marky conta ao Virgula qual foi sua melhor experiência.

“Foi há dois anos no festival Isle of Weight, quando (o DJ inglês) Carl Cox fez um set tocando hardcore e jungle. Foi incrível! Minha única reclamação foi ele ter tocado ‘Born Slippy’ do Underworld que, na minha opinião, é uma das músicas mais chatas do universo.”

Trabalhar com música exige do artista um contato constante com outras sonoridades, seja para formar uma opinião a respeito ou para desenvolver seu próprio som.

No caso de Marky, suas influências musicais são a base de tudo, pois “sem ela eu não seria o profissional que eu sou”, diz. “É isso que falta nos DJs de hoje: não conhecem nada, não se preocupam, só querem bombar a pista, informação zero.”

“Por mais que tenhamos internet e a rapidez das informações, as pessoas não estão conseguindo ouvir música boa e isso é uma pena, pois tem muita coisa legal de todos os estilos, mas as pessoas só querem saber qual é o hype do momento, um desperdício”, desabafa Marky. “A boa música voltou a ser underground, o que não é mal. Com certeza, DJs de qualidade vão dar a volta por cima, pode apostar!”, completa.

Outro recordista de apresentações no Skol Beats é o DJ Anderson Noise. “Tenho muito orgulho de ter tocado em todas as edições do Skol Beats”, comenta Noise. “Todas foram ocasiões muito especiais para mim e, de cada uma delas, tenho uma história para contar”, acrescenta.

Relembrando junto ao Virgula Música sua trajetória no festival, Noise fez uma retrospectiva de todas as suas apresentações, como um diário, desde a primeira edição, em 2000. Confira!

Skol Beats 2000 – Tenda Techno – das 23h30 à 1h

“Primeiro Skol Beats! Meu horário era muito bom: antes da maior atração do festival, o Green Velvet and the Rejetcs Live. O DJ alemão Westbam quis tocar no meu horário. O Line-up foi modificado em cima da hora e eu acabei encerrando a tenda.”

Skol Beats 2001 – Tenda The End – das 21h às 22h30

“Na sexta-feira anterior ao festival, eu e meu irmão Alvinho L. Noise fomos tocar no D-Edge de Campo Grande. Na volta, ficamos horas presos no aeroporto por problemas técnicos do Foker 100 que iria nos trazer de volta para São Paulo.”

“Cheguei atrasado, bem depois do meu horário. Pude ver ainda 10 minutos do DJ Richie Hawtin Aka Plastikman, que iria tocar depois de mim. Só toquei nesta edição do festival, porque fui convidado pelo Camilo Rocha a dividir o set com ele. Valeu Camilo!”

Skol Beats 2002 – Tenda The End – das 2h às 4h

“Era para eu tocar 2 horas, mas acabei tocando 3 horas e 30 minutos, porque o DJ Joey Beltram não apareceu na última hora. Depois o MC, que já tinha tocado antes do Dave Angel, voltou às pick-ups por mais 30 minutos para encerrar a tenda, que estava lotada. Dava gosto de ver o quanto estava cheia e como o público estava animado. Até gotejavam de tanto calor que fazia!”

Skol Beats 2003 – Outdoor Stage – das 7h30 às 9h

“Foi o primeiro ano do Skol Beats no Sambódromo e, em todas as suas edições, eu fui o primeiro brasileiro a encerrar o festival. Foi inesquecível! A manhã daquele domingo vai ficar na minha memória para sempre! Até hoje, são inúmeras as pessoas que se recordam daquele set!”

Skol Beats 2004 – Tenda Bugged Out! – das 3h às 4h30

Gravamos o CD Anderson Noise Live Skol Beats, o primeiro CD ao vivo de um DJ brasileiro. Logo no início do set, houve um poblema técnico com o gerador, o som parou por alguns minutos, mas logo tudo foi resolvido e acabei pegando alguns minutos do set do DJ Mauro Picotto, que os cedeu gentilmente para que o CD pudesse ser finalizado.”

Skol Beats 2005 – Tenda BBC Radio 1 Essential Selection – das 2h30 às 4h

“A BBC de Londres transmitiu meu set ao vivo. Foi o ano que o Skol Beats incorporou uma nova área e ficou ainda mais bacana. Foi também o ano que comecei a me apresentar com o programa Ableton Live.”

Skol Beats 2006 – Skol Live Stage – das 7h às 9h

“Foi o segundo ano que encerrei o festival e, desta vez, ao lado do DJ Mau Mau. Mesmo sem termos combinado nada, cada um conseguiu passar seu recado!”

Skol Beats 2007 – Tenda Terra The End – das 4 h às 6h

“O DJ Laurent Garnier me apresentou ao público no final do seu set e daí comecei a tocar em uma tenda abarrotada de gente bacana. Naquele ano, Cadu da TV Noise produziu imagens, especialmente para o meu set, que foram sincadas (sincronizadas) com as músicas, acompanhando a evolução das batidas de uma forma muito especial.”

“Optei por um set não comercial, para mostrar à galera um som diferente e novo, que é o que venho tocando nos dois últimos anos. Ao contrário da maioria dos DJs que tocaram no Skol Beats daquele ano, que apostaram nos hits e optaram por músicas mais conhecidas. Espero que público tenha gostado e curtido!”

Skol Beats 2008

Agora, resta-nos esperar para ver como será a apresentação de Anderson Noise na edição 2008 do festival que, além dele e de Marky, conta também Montage, Fabrício Peçanha, Mixhell, Killer on the Dance Floor, Mario Fischetti e Gui Boratto, no line-up de DJs nacionais.


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Skol Beats: Marky e Anderson Noise, recordistas de apresentação

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