Chorão: Relembre as melhores frases do Charlie Brown Jr.
Créditos: Ricardo Saibun
“O Chorão foi um importante porta-voz do skate no Brasil, fez muito pelo esporte”, lembra Fábio Bolota, editor da revista Tribo Skate e amigo de longa data do músico, encontrado morto na madrugada desta quarta-feira (06), em São Paulo. “Conheci o Alexandre fazendo uma das coisas de que ele mais gostava na vida: andar de skate. Fazia parte de uma galera que andava no Ibirapuera e um dia ele apareceu por lá. Isso foi no começo da década de 90”, conta com exclusividade ao Virgula Música.
Além de ser amigo íntimo do músico, Bolota foi o responsável por apelidar o jovem skatista e futuro líder do Charlie Brown Jr. como ‘Chorão’. “Ele ficava lá, olhando a galera dar umas voltas. Então, teve um dia que eu cheguei do lado dele e falei: ‘você tem cara de choro, vai andar de skate!’. Todo mundo achou graça e o apelido pegou”, afirma em entrevista por telefone.
“Depois disso, ele entrou para a galera e nos tornamos amigos. Começou a fazer freestyle, na época pouca gente fazia e isso nos aproximou. Em pouco tempo, ele conseguiu um patrocinador, disputou campeonato amador, saiu em uma das revistas mais famosas sobre o esporte. Ele nem pensava em ter uma banda, sua vida era o esporte”, relembrou.
Chorão começou a se interessar pela música ao se mudar para Santos, cidade do litoral de São Paulo, com a família. “Ele nunca deixou o skate, mas levou toda sua atitude rebelde para a música. Em 91, mesmo ano em que fundei minha revista, ele montou uma banda com o nome What’s Up, foi um ano muito importante pra gente. Depois de algum tempo, ele me ligou e falou que estava fazendo um som com uma galera, e que a banda iria se chamar Charlie Brown”, recorda Bolota.
O editor também contou que apesar de seu sucesso com a música, ele nunca abandonou o esporte: “Mesmo quando a banda começou a fazer sucesso, ele nunca largou o esporte. Construiu uma pista, criou duas marcas de skate, patrocinou equipes, promoveu campeonatos. Levou a essência do skate ao público jovem, mesmo em uma época em que o esporte era mal-visto por muita gente”.
Conhecido por sua fama de “pavio curto”, uma das coisas que mais o irritavam era quando alguém contestava suas habilidades com o “carrinho” como conta Fábio. “Se tinha uma coisa que tirava o Chorão do sério era quando algém dizia que ele não sabia andar de skate. Na verdade, duas coisas: Se alguém falasse mal da sua banda ou que ele era ruim na pista”, finaliza.