(Foto: divulgação) Megadeth

Há exato um ano, o Megadeth trazia a Dystopia World Tour ao Brasil pela primeira vez. Agora, a banda está de malas prontas para retornar ao país e repetir a dose no dia 31 de outubro, no Espaço das Américas, em São Paulo, e 1 de novembro no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. Em conversa exclusiva com o Virgula, o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro adianta como serão as apresentações.

Estamos voltando com um Grammy na mão, com esse selo de qualidade que ganhamos por ‘Best Performance’ (Melhor Performance Ao Vivo). Obviamente terão os clássicos da banda, as lendárias que não podem faltar, algumas do álbum Dystopia e vamos variar no setlist para fazer shows diferentes do que apresentamos em 2016. O cenário também será outro. Ou seja, são shows da mesma turnê, mas diferentes“. E, acrescenta: “Da última vez não tocamos no Rio de Janeiro porque a nossa turnê foi bem no mês das Olimpíadas. Agora vai rolar“.

Desde 2015 como integrante fixo do Megadeth, Kiko se encaixou no grupo como nenhum outro guitarrista antes já fez. Dave Mustaine, o líder, conhecido por ter um temperamento não muito hostil e tratar músicos como funcionários, se mostra ao contrário na presença do brasileiro; ele vive elogiando o guitarrista para a imprensa, posa em fotos junto e divide capas de revistas, atitude inédita para fãs que acompanham a banda. “Isso me deixa muito feliz. Fico satisfeito do Dave estar sempre me elogiando, pois ele nunca foi de fazer muito isso, então mostra que temos um relacionamento ótimo”, conta.

Com essa bajulação do chefe, vem a pergunta: será que Kiko não se sente pressionado? “Claro que sim, mas não é uma pressão externa e sim interna, minha mesmo, de sempre querer fazer bem feito, mostrar o meu melhor e corresponder às expectativas do Dave e do David Ellefson, que são os fundadores da banda e já conviveram com tantos outros guitarristas”, explica o guitar hero. E continua: “Também existe a pressão de corresponder às expectativas dos fãs e da história da banda, da lenda Megadeth, que eu respeito e quero estar à altura. Acho que é justamente por acreditar e respeitar tanto a banda que o Dave me elogia. Ele vê a minha dedicação“.

(Foto: reprodução)

Considerada uma das quatro maiores bandas do estilo trash metal, ao lado de Metallica, Slayer e Anthrax, o Megadeth também é conhecido pelos riffs de guitarra dificílimos executados em alta velocidade. Kiko confirma: “Tem algumas músicas que são difíceis mesmo. Geralmente as mais antigas, as mais punk rock, que é um estilo que eu não tocava muito e está um pouco fora do que eu sempre estudei. Alguns solos são difíceis também, mas estão dentro daquilo que eu sempre estudei na guitarra. Por exemplo, Mechanix, que é uma música lá do começo da carreira tem umas palhetadas que eu peno, principalmente quando quero tocar da mesma forma que o Mustaine, então para casar as duas guitarras rola uma certa dificuldade na interpretação, mas nada que uma treinada não resolva”.

Aproveitando o assunto técnico, perguntamos se já aconteceu de o brasileiro errar alguma nota em shows e receber aquela olhada de reprovação de canto de olho do Mustaine. “Dave é perfeccionista né, e nesse nível da banda tem que ser mesmo. Mas errar nota a gente sempre erra. É normal. É impossível tocar 90 minutos de show correndo, pulando, batendo o cabelo e não cometer um único erro. O problema é como errar e sair do erro rápido. O que não pode acontecer é parar de tocar, o cérebro dar aquele branco de quando você desconcentra, sabe?”, diz Kiko. “Eu sempre procuro estar concentrado e com foco total no show. É o tipo de coisa que a gente vai aprendendo com o tempo e chega a ser complicado explicar. É uma técnica que você precisa estar tocando sem pensar no que está tocando, pois se você ficar pensando no que está tocando não é o caminho. Tem que ser natural e ao mesmo tempo focado, porque há muitas distrações nos shows; a reação dos fãs, os seguranças andando, cada hora estamos em um palco diferente ou algum problema técnico seu ou do seu companheiro pode acontecer“, complementa.

O guitarrista dá um exemplo: “Outro dia fui fazer um solo e meio que me distrai, mas fiz o solo dentro das notas, só ficou um pouco diferente do original, o que está tudo bem. Pode ser que algum fã tenha percebido e dito ‘Pô, o cara está inventando solo’, mas não teve nenhuma nota errada e não doeu no ouvido de ninguém. Então, o lance é como você contorna o erro. Só não pode errar sempre na mesma parte da música porque aí é displicência, falta de treino e não deixo acontecer comigo”. Rolou até uma comparação: “É como no esporte, o jogador de basquete pode errar uma ou outra cesta de vez em quando, mas a maioria tem que acertar”. 

Desde que entrou para o Megadeth, a vida de Kiko mudou. Ele passa a maior parte do tempo na estrada e foi morar em Los Angeles, EUA. “Me sinto um cara viajado desde a época do Angra, quando fazíamos turnês fora. Só que ficar vivendo em hotéis não é bacana, pois eles acabam se tornando a sua casa, e você sente vontade de voltar para a sua casa de verdade, seja onde ela for, voltar para a sua família e fazer coisas de casa“, fala ele. “Do Brasil sinto falta de andar nas ruas de Perdizes, em São Paulo. De dirigir pela Sumaré, de ver aquelas pessoas, os amigos, os músicos, os caras do Angra, o cheiro das ruas, de passar na frente do Colégio em que estudei e ir à padaria. Essa sensação me faz falta“, diz em tom nostálgico. “Uma coisa boa de morar no exterior é que quando volto ao Brasil sempre fico na casa da minha mãe e acabo passando mais tempo com ela do que antes (risos)”. 

Antes de finalizar a conversa, Kiko ainda conta como anda o processo para o próximo álbum do Megadeth, assunto que interessa demais aos fãs: “Jogamos uma ideia ou outra, conversamos um pouquinho sobre o caminho do disco, mas estamos focados mesmo é na turnê do Dystopia que está sendo bem longa e uma das mais duradouras da carreira da banda. No nosso backstage temos sempre um mini estúdio, com bateria eletrônica, amplificadores e brincamos antes de subir ao palco. Às vezes sai algo interessante, daí falamos: ‘Hum, é bom guardarmos isso’, mas ainda não chegou o momento de compor para o próximo álbum. Se bem que uma hora vai chegar”. 

(Foto: divulgação)

 SERVIÇOS

Show Megadeth – São Paulo

Data:  31/10/2017 – terça-feira
Local: Espaço das Américas
Endereço: Rua Tagipuru, 795, Barra Funda – São Paulo – SP
Horário do evento: 22h 
Abertura dos portões: 19h30
Classificação etária: 18 anos. Menores entre 12 e 18 anos entram acompanhados dos pais/responsável.

Ingressos: http://www.espacodasamericas.com.br/379-megadeth
Pista Premium Lote 1: R$360,00 (inteira) / R$180,00 (meia)
Pista Lote 1: R$200,00 (inteira) / R$100,00 (meia)
Mezanino: R$ 400,00 (inteira) / R$200,00 (meia)

Bilheteria Oficial – Sem cobrança de tava de conveniência
Espaço das Américas
R. Tagipuru, 795 – Barra Funda, São Paulo/SP
De segunda a sábado das 10h às 18h

 

Show Megadeth – Rio de Janeiro

Data: 01/11/2017 – quarta-feira
Local: Vivo Rio
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ
Horário do evento: 22h
Abertura dos portões: 20h
Classificação etária: 18 anos. Menores de 18 anos entram acompanhados dos pais/responsáveis.
Atenção: para setores com mesa, a compra de um ingresso garante um assento na mesa selecionada, mas não em uma cadeira específica. Os assentos são ocupados por ordem de chegada.

Ingressos: http://www.vivorio.com.br/agenda-interna/?Megadeth&141
Camarote A: R$360,00 (inteira) / R$180,00 (meia)
Camarote B: R$280,00 (inteira) / R$ 140,00 (meia)
Balcão: R$240,00 (inteira) / R$ 120,00 (meia)
Frisa: R$300,00 (inteira) / R$150,00 (meia)
Pista Vip – Lote 1: R$360,00 (inteira) / R$180,00 (meia)
Pista – Lote 1: R$180,00 (inteira) / R$90,00 (meia)
*25% de desconto sobre o valor da inteira para clientes Vivo Valoriza na compra de até 02 ingressos. Para comprovar seu cadastro no programa, basta enviar um SMS para o número 1058 com a palavra VALORIZA. Para clientes Vivo Fixo, Vivo Internet e Vivo TV, basta apresentar a última conta paga.

Bilheteria Oficial – Sem cobrança de tava de conveniência
Vivo Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro/RJ
De segunda a sábado das 10h às 19h; domingos e feriados das 10h às 18h

Shows Internacionais no 2º semestre de 2017

2 de dezembro - São Paulo
Créditos: Divulgação

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'Sinto falta das ruas de São Paulo', diz Kiko Loureiro, do Megadeth, sobre vida na estrada

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