Com o álbum novo indo bem nas lojas de discos dos Estados Unidos e uma nova turnê em mente, a cantora Sheryl Crow diz que tudo que quer é se divertir um pouco — afastando-se de seu papel de principal ativista da Coalizão de Artistas de Gravação (Recording Artists Coalition, ou RAC).
Crow — cujo novo álbum, “C’mon, C’mon”, estreou na segunda colocação nas paradas pop norte-americanas — fundou a RAC ao lado de Don Henley e outros artistas, com o objetivo de pressionar o Congresso e os Legislativos estaduais em favor do melhor tratamento aos músicos por parte das grandes gravadoras.
Ela se apresentou em shows para levantamento de fundos para a RAC em fevereiro, na véspera do Grammy, em Los Angeles, e tem papel ativo quando a coalizão critica as empresas, quando estas tentam impedir que os artistas tenham controle sobre suas próprias carreiras e ganhem pagamento justo por seu trabalho.
Entretanto, em entrevista recente, a cantora, compositora e instrumentista de 40 anos disse que está menos envolvida na militância neste momento.
“Estou realmente me concentrando na música”, disse Crow, que, nesta sexta-feira, vai lançar a temporada de shows ao ar livre do programa “Today”, em Nova York, e será a atração principal de uma turnê do verão norte-americano que vai começar em julho. “Não posso carregar a bandeira da RAC para sempre.”
Crow, que já vendeu mais de 17 milhões de álbuns e ganhou oito Grammys, disse que a discussão sobre as práticas das gravadoras deu ênfase exagerada às questões ligadas aos contratos, deixando de lado outros pontos importantes, como a pirataria.
“Acho que outros pontos que preocupam são a fabricação de CDs caseiros e a atitude em relação à música como uma propriedade intelectual que deve ser paga”, disse ela.
“Infelizmente, fizemos um desvio e começamos a focalizar principalmente questões relativas aos contratos, o que nos colocou em choque com as gravadoras. E toda vez que a imprensa dava alguma coisa negativa a esse respeito, era sempre a minha foto que saía no jornal.”