Enquanto entre os DJs de música eletrônica cada vez mais o formato de música digital substitui o vinil, entre a galera do rock podemos ver um revival dos bolachões.

Gabriel Thomaz, guitarrista e cantor da banda Autoramas, tem em sua casa uma grande quantidade de discos inspiradores, mas não se considera um colecionador. “Acho normal gostar de vinil, todo mundo gosta”.

DJ e agitador cultural, o músico Niggas também faz parte do grupo que considera fundamental o amor ao LP. Junto com três amigos, mantém o projeto Vinil é Arte. “Pesquisamos músicas prensadas em vinil, discotecamos sons das décadas de 50, 60 e, principalmente dos anos 70, como samba, jazz, groove, rock, mpb, sambarock, música regional, chorinho ou bossa e até mesmo grandes hits, exclusivamente de lp’s”, conta Niggas.

Enquanto a venda de CDs caiu 33% em relação a 2006, o mercado de vinil ensaia um aquecimento. Seria um exagero falar em retomada, uma vez que esse crescimento se mostra relevante apenas em um nicho pequeno de consumidores, mas demonstra que apesar de não termos mais nenhuma fábrica brasileira de vinil (a carioca PolySom, única fábrica de discos da América Latina, fechou no início do ano) o hábito de cultuá-los não foi embora com as últimas bolachas fabricadas aqui.

Megastores, como a Livraria Cultura, passaram a vender vinil em 2006. Do ano passado pra cá a venda cresceu 400% e o total de LPs vendidos entre janeiro e maio de 2008 foi três vezes maior que no ano passado.

O acervo da Livraria Cultura possui aproximadamente 600 títulos e entre os mais vendidos estão Abbey Road, dos Beatles e Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd. Mas não só os mais clássicos que fazem sucesso. Back to Black, de Amy Winehouse e In Rainbows, do Radiohead somem rapidamente das prateleiras.

Para o DJ Bruno Belluomini o contato com o vinil é algo fundamental. “Sou da velha-guarda que acredita que vinil é cultura e que sua produção valoriza o trabalho do artista e os títulos de um selo”, diz Bruno.

Segundo o departamento de marketing da Livraria Cultura, os gêneros mais vendidos de vinil são Classic Rock e Jazz e o título mais caro vendido na loja é uma coletânea do AC/DC, por R$ 1.229.


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