A morte de Lou Reed neste domingo (27) representa o fim de um artista realmente influente. Surgido do Velvet Underground and Nico, um dos empreendimentos de Andy Warhol, em sua carreira solo fez discos clássicos como Transformer (1972) e Berlin (1973) e deixou sua marca na história da música em canções como Walk on the Wild Side, Perfect Day, Satellite of Love e outras.
Veja Satellite of Love
Ícone urdeground, ele abriu a cabeça de muita gente ao namorar travestis e compor músicas para suas “garotas”, mostrando o quanto de sexualmente libertário era o punk. Musicalmente, também sempre foi inquieto, nunca indo pelo lado mais fácil. Frequentemente, errou nessas escolhas, mas nunca deixou de ser tratado como um herói, em qualquer época.
Reed era também a expressão viva de uma cidade, Nova York, onde nasceu há 71 anos e provavelmente morreu, ainda há poucas informações sobre sua morte, noticiada pela Rolling Stone. Simbioticamente, sem ele a Maçã seria mais careta.
Lester Bangs (1948-1982), lendário crítico, escreveu na revista Creem, em setembro de 75, no texto Vamos Agora Louvar os Famosos Duentes da Morte, que está no livro Reações Psicóticas (Conrad) suas impressões sobre o magnetismo de Reed: “O mito heroico central dos anos 60 era o detonado. Viva rapidamente, seja mau, encrenque-se, morra jovem. Mais que somente ‘espero morrer antes de ficar velho’ era toda uma atitude cool que tínhamos ou tentávamos ter. Em parte isso tem a ver com a inexistência absoluta de heróis reais, objetivos, decididos, de cabeça erguida, nobres e de sucesso. Eu mesmo sempre quis imitar o filho da puta mais autodestrutivo que eu visse, caso ele se comportasse com algum senso de estilo. Tipo Lou Reed. Aproveitar as experiências transviadas desses caras para sair do corpo por tabela compensava, de alguma forma, o vazio das nossas próprias vidas horrivelmente normais”.
Para todos que eram seus fãs, não haverá mais um lado escuro para caminhar.
