Após um primeiro dia tumultuado – com problemas no show do Rage Against The Machine e cenários caóticos na estrada na saída dofestival – o festival SWU começou no dia 10 com um clima mais tranquilo e promessas de melhoria na organização, que garantiu ônibus extras na saída.
Após o caos enfrentado pelo público no dia 9 (muita gente precisou dormir na estrada no fim da noite, já que os ônibus prometidos pela organização não chegaram), o segundo dia do SWU teve menos trânsito, menos filas e menos problemas de organização.
O line-up também sofreu modificações: após a apresentação raivosa e celebrada do Rage Against The Machine, subiram ao palco do SWU artistas como Dave Matthews Band, Joss Stone, Regina Spektor, Sublime With Rome e o headliner Kings of Leon.
DAVE MATTHEWS BAND
Os norte-americanos do Dave Matthews Band chegaram ao Brasil prometendo um repertório extenso, com clássicos de toda a sua carreira – e foi exatamente isso que o público presenciou na apresentação, que contou com músicas como Shake Me, Seven e You and Me.
O setlist da apresentação contou com diversas músicas de seu álbum mais recente, Big Whiskey and the GrooGrux King, de 2009. A banda já havia afirmado que pretende dar um tempo na carreira e entrar em férias após as últimas apresentações desta turnê, então foi uma boa oportunidade para os fãs conferirem o show dos americanos antes deste hiato.
Instrumentistas virtuosos, os músicos do Dave Matthes Band fizeram um show esforçado e sem problemas técnicos, mas o público não se animou -a empolgação estava reservada para o headliner da noite, o Kings of Leon.
SÓ OS HITS SALVARAM
O Kings of Leon não é novato em terras brasileiras – a banda já havia tocado por aqui em 2005, quando abriu para o Strokes. Mesmo assim, o grupo não modificou sua habitual relação com a plateia para interagir com os calorosos fãs brasileiros, se comportando com distanciamento e até uma certa frieza.
No palco, os Followill são de pouca conversa, se concentrando apenas na música. Talvez por isso, talvez pelo set list – que trouxe canções de seu novo álbum, como Radio, e antigas, como Molly’s Chambers – a plateia não se envolveu tanto quanto o esperado.
Tanto as músicas de seus primeiros discos quanto o repertório de seu novo álbum, Come Around Sundown, foram recebidas sem animação, mesmo o show tendo uma qualidade técnica impecável.
O Kings of Leon mostrou que o maior problema de seu show é de fato o repertório morno, que não ganha em qualidade nem em animação quando apresentado ao vivo.
Os músicos fizeram tudo certo, mas as únicas músicas que animaram a plateia e fizeram a multidão cantar em coro foram Sex on Fire e Use Somebody.
Esse paradoxo não foi nem de longe resolvido no show que a banda apresentou no SWU, que mostrou que o grupo precisa trabalhar sua identidade e descobrir qual público quer atingir.
A ALA FEMININA
Também se apresentaram no dia 10 as cantoras Regina Spektor e Joss Stone, em dois shows que não ficaram lotados mas agradaram a públicos específicos.
A pianista russa Regina Spektor encantou seus fãs com uma aprentação delicada e com um toque de melancolia, conseguindo interagir bem com a plateia, mesmo entrando após uma banda tão diferente de seu som calmo como o Sublime With Rome.
Acompanhada por violoncelo, viola e bateria, a cantora trouxe ao Brasil músicas como Machine, Poor Little Rich Boy, Fidelity e Eet. A sonoridade da cantora é delicada, mas sua voz sempre traz um toque de perversão inocente, de malícia, que faz com que seu show sempre seja surpreendente e se destaque em meio ao line-up pop do dia 10.
A cantora britânica Joss Stone se apresentou no Brasil há pouco tempo, e o repertório de seu show no SWU não trouxe surpresas. O repertório foi quase inteiramente baseado em seu álbum mais recente, Colour Me Free, e a cantora usou e abusou de seu vozeirão para encarnar uma diva soul no palco do SWU. O resultado alcançado não foi este e parte do público se dispersou com rapidez, mas mesmo assim o show contou com uma ótima presença de palco de Joss Stone e músicas próprias conduzidas com elegância.