Marky Ramone, baterista da lendária banda Ramones, está novamente no Brasil. Desta vez, o músico veio para divulgar seu novo projeto que inclui uma música com Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, e também sua autobiografia recém-lançada, Minha Vida como um Ramone – Punk Rock Blitzkrieg. Nesta manhã de terça, 26, o músico concedeu um coletiva em São Paulo e o Virgula esteve lá para saber mais sobre essa parceria inusitada, e também sobre algumas histórias ramonescas.
“Nesse novo trabalho eu pego músicas que gostava quando era criança e faço a minha versão delas. Para as canções estou chamando vocalistas de diversos países para participar. Não é um álbum inteiro, é um projeto que não tem prazo para terminar e serve de renda beneficente para esclerose múltipla”, explica Marky. Sobre a escolha de Dinho Ouro Preto para a canção Concrete and Clay, uma regravação de Unit 4 + 2, de 1965, o baterista diz que o brasileiro tem um estilo parecido com o dele.
“Eu gravei a parte instrumental e mandei para o Dinho aqui no Brasil, que gravou o vocal e me enviou de volta. Eu gostei muito da voz dele e vamos gravar uma outra música que é Everybody Loves Somebody Sometime, do Dean Martin. Vai ser tipo o Sid Vicious cantando My Way, do Frank Sinatra.
Ao ser questionado o que ele falaria hoje para Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy Ramone se os encontrasse, Marky responde emocionado: “Sabe, fico muito triste por eles não terem visto o tamanho que virou o legado dos Ramones. Isso me chateia bastante. Foi como uma maldição, sabe, porque todos morreram de câncer. Acredito que se estivessem vivos estaríamos fazendo uma reunião comemorativa”. Para quem não está lembrado, Ramones, o primeiro álbum da banda completou 40 anos dia 23 de abril (embora Marky tenha entrado no grupo apenas no terceiro disco de estúdio, Road to Ruin, de 1978).
Para celebrar essa data especial, a exposição Hey! Ho! Let’s Go: Ramones and the Birth of Punk foi inaugurada no Queens Museum, em Nova Iorque, mas Marky comenta que esse não é o tipo de comemoração que o agrada: “Um dos motivos pelo qual eu não quis participar da expo é porque fico bastante triste em ver os meus amigos na parede de um museu. O único museu que considero importante é o Rock an Roll Hall of Fame, do qual fazemos parte. Ver roupas e fotos dos meus ex-companheiros de banda é algo que me deixa mal. Prefiro celebrar a vida e o futuro”.
E sobre as camisetas dos Ramones terem virado sinônimo de roupa fashion, encontradas em grandes redes e usadas por pessoas que sequer conhecem a banda? “É uma coisa natural de bandas que ficam muito conhecidas. Um exemplo é a língua dos Rolling Stones. É uma marca, assim como Coca-Cola (risos). Eu acho muito bom essa popularização porque a pessoa pode se interessar pelo som ao gostar da camiseta”.
Marky ainda fará uma pequena tour pelo Brasil. Ele toca dia 28 em Frederico Westphalen, no Festival Arena Pop Rock, 29 no Rio de Janeiro, no Imperator, 30 em São José do Rio Preto, no Ginásio de Esportes do Palestra e 1 de maio em Porto Alegre, no Bar Opinião.
Aproveite e veja abaixo o legado que os Ramones deixaram no Brasil :
O legado que os Ramones deixaram no Brasil