The Voice Tour


Créditos: Divulgação/Isabella Pinheiro

Rejeitado no The Voice norte-americano, a trajetória vitoriosa de Sam Alves na versão brasileira do programa tornou-se uma ode à persistência. As interpretações do fã de Michael Jackson e Whitney Houston, de canções como Hallelujah, de Leonard CohenA Thousand Years, de Christina Perri, fizeram com que ele se tornasse um dos caras mais quentes do momento.

Com a experiência de quem viu o circo televisivo no Brasil e nos EUA de dentro, Sam surpreende ao dizer que não há diferenças técnicas entre os dois. “A produção, o nível é o mesmo, o nível de cantores é o mesmo, o que diferencia mesmo são certas fases dos programas que são diferentes na americana”, diz o músico cearense de 24 anos em entrevista ao Virgula Musica.

O sucesso do programa, a despeito dos que apostam de que trata-de de mero entretenimento, sem desobramentos artísticos a longo prazo, rende frutos ao cantor e a outros participantes. A empresa de gerenciamento de carreiras e projetos da Universal Music Brasil, GTS Talent, está por trás da
The Voice Tour, que terá seu pontapé em São Paulo, no HSBC Brasil, no dia 25. Além de Sam, participam os finalistas Lucy Alves, Pedro Lima e Rubens Daniel.

I Look To You – Whitney Houston, com Sam Alves

Por telefone, de São Paulo, Sam falou, entre outros assuntos, sobre a relação com os outros competidores, os critérios usados para escolher as músicas, que tem vontade de adotar uma criança, como ele foi adotado um dia, após ter sido deixado em uma caixa na frente dos pais adotivos e deu sua dica para quem sonha em conquitar o The Voice: não desistir. Leia a seguir:  

Quais foram as principais lições do The Voice Brasil para sua carreira, que você acha que vai usar para sempre?

Olha, o que eu aprendi muito, foi algo que não foi nem falado para mim, foi só de experiência de poder trabalhar junto com a Claudinha Leitte, se ser uma pessoa bem verdadeira, uma pessoa humilde.

Porque trabalhar com uma pessoa que chega tão alto na carreira musical e ela ser tão simples mesmo, eu aprendi que realmente a gente precisa manter essa essência, mesmo com todo sucesso.

Para você quem são seus grandes modelos para sua carreira, em que você se mira?

Eu tenho duas influência muito grandes na minha música que são Michal Jackson e a Whitney Houston. O Michal Jackson porque foi um cara inovador, um cara que realmente marcou a geração. E a Whitney Houston por ter aquele background de alguém que veio da igreja também e fez sucesso na música pop americana e ao redor do mundo. São duas pessoas que eu… Não que eu queira ser Michael Jackson do Brasil, ou que eu queira dançar igual a ele, não que eu queira ser a Whitney Houston do Brasil porque isso é impossível, mas que eu possa ter a mesma influência que eles tiveram na música, essa mesma inspiração.

Em que momento da sua vida você falou: “Eu quero ser músico, eu vou fazer isso”?

Cara, a música sempre foi um hobby para mim desde os 14 anos e eu comecei cantando na igreja, eu não levei a sério mesmo a música até participar do The Voice americano, e participando lá devidoo ao número que eles deram para gente de quantas pessoas fizeram audições lá, que foram 64 mil pessoas, e por ter chegado a 120 foi um número que para gente, mostrou que a gente estava meio encaminhando para ter uma carreira na música. Aí foi que eu decidi mudar de medicina na minha faculdade para música e tentar seguir uma carreira como músico mesmo.

Sam Alves no The Voice americano

Pela sua experiência no The Voice americano, quais são as principais diferenças entre os dois programas, no Brasil e nos Estados Unidos?

Olha, a produção, o nível é o mesmo, o nível de cantores é o mesmo, o que diferencia mesmo são certas fases dos programas que são diferentes na americana. A batalha é igual, mas já vem o tira-teima que é um pouquinho diferente. Em termos de votação, funciona diferente, como em cada fase pode ter o técnico junto com a votação do público, em outras pode ter só a votação do público. São pequenas diferanças assim. A maior diferença para mim seria a música mesmo pelo Brasil ser mais rico em ritmos e o americano ser mais focado na música só pop mesmo. Aí o diferencial é esse, do Brasil ter sertanejo, axé, samba, forró.

Mas para você o nível é o mesmo?

O nível é o mesmo, os cantores que a gente conheceu e cantou quando estava participando do americano, pelo que a gente ficava no hotel e ouviu eles cantarem. Quem entra ali sabe cantar.

E você acha que sofreu algum tipo de preconceito lá, por não ter ido mais adiante. Ou foi uma coisa do programa mesmo?

Do programa mesmo, te garanto que de forma alguma eu senti algum preconceito por ninguém virar. Até porque colocaram como uma das técnicas uma artista latina, que é a Shakira. Então, eles queriam que se fosse uma língua diferente para poder ter abertura para pessoas de fora. Para mim foi questão de gosto mesmo, do momento, da música não dar certo. E questão que não era o plano de Deus para mim naquele momento, só isso.

Para muitos fãs do programa brasileiro, a maneira como você escolheu o repertório foi decisivo para você ganhar. Quais foram os critérios que você usou para escolher as músicas?

Olha, a primeira coisa que eu procuro na música e muitas pessoas falam de que quando eu canto sentem algo diferente, de emoção. Eu não procurei somente músicas que pudessem mostrar alcance vocal, eu procurei música que também tivesse conteúdo, letras. E a primeira coisa é que eu tenho que sentir aquela sensação de que aquela música está falando comigo, ela está me tocando. E quando eu alcanço aquele momento, eu seu que posso pegar aquela música, tornar ela minha e fazer algo no palco que também toque as pessoas. Então, sempre meu alvo é ter um repertório que a pessoa pudesse ouvir e ter aquele mesmo momento que eu tive quando ouvi ela primeiro.

Final do The Voice Brasil, Sam Alves canta Hallelujah em português e inglês

Tem uma história sua de vida que é muito forte, que você foi adotado, após ter sido abandonado. Você também tem vontade de adotar uma criança um dia?

Ah (risos), eu não tenho nem namorada ainda, muito menos casar, nem pensar em filho eu estou pensando ainda. Mas adotar um dia, com certeza, não teria problema nenhum de adotar. Por ser alguém que foi adotado por que também não dar oportunidade também para que uma pessoa tenha uma vida, por ter essa conexão, por poder muito bem explicar a um filho meu ou um filha minha a questão de como lidar com o fato de ser um filhon adotivo. Mas muuuito longe de agora.

Os finalistas do The Voice estão fazendo uns shows juntos, surgiu um clima de camaradagem entre vocês?

A turnê vai começar agora e a gente conversa um com o outro direto, a gente manda mensagem, continua o mesmo clima de amizade que a gente teve já durante o programa, o tempo inteiro. A gente fica feliz por terminar o programa e continuar juntos ainda. Poder continuar a amizade e crescer mais ainda.

A turnê vai longe então?

Com certeza. Não sei se tem data de término. Nós temos três shows marcados, o primeiro em São Paulo agora dia 25 de janeiro, o segundo já é 8 de feveiro em Fortaleza e dia 15 no Rio. Vamos fazer turnê pelo Brasil todo.

Qual é a diferença entre cantar na TV e ao vivo?

Eu acho que quando a gente sobe naquele palco do The Voice, por ter plateia no momento acaba se tornando um show também. Mas a questão que deixa a gente um poquinho mais nervoso é a pressão do programa, por ser algo que você tem que passar por fases, você ter que ser aceito tanto pelo público, quanto pelo técnico também. Então a pressão é grande de subir naquela palco, mas o que aliviava e deixava a gente ali vivendo o momento e se divertindo no palco era a questão da plateia. Então, quando chega o momento de fazer ao vivo no show, a gente já esquece aquela pressão porque a gente já liberou com uma das piores pressões que a gente pode passar na vida como músico, que é ser julgado em um programa de competição e agora poder só se divertir no palco perante uma plateia que está ali para admirar, que está ali esperando ansioso para ver o show.

Que dica você daria para um menino, uma menina que um dia sonha em conquistar o The Voice?

Olha, eu daria a dica de não desistir. Honestamente, eu fui ensinado a minha vida inteira que eu podia sonhar e alcançar esse sonho, lutar por eles, para não desistir, acreditar. Eu fui aquela pessoa que sentava no sofá e assistia aos programas de reality e via o The Voice e sonhava em participar um dia e poder ganhar. Mas nunca imaginei, a gente nunca chega àquela sensação de acreditar que naquele momento o confete está caindo em cima da gente, a gente está cantando e está ganhando. Então, para quem quiser participar do The Voice, precisa, primeiramente, se dedicar, ter já isso em mente que é uma competição, trabalhar duro e não parar de acreditar. Mesmo que você receba um não a primeira vez, tente a segunda vez, se receber um não a segunda vez, tente a terceira vez.

SERVIÇO

THE VOICE TOUR, com Sam Alves, Lucy Alves, Pedro Lima e Rubens Daniel  
Quando: 25/01, às 22h
Onde: HSBC Brasil, rua Bragança Paulista, 1281, Santo Amaro
Quanto: 
Camarote – meia R$ 100, inteira R$ 200
Frisas – meia R$ 75, inteira R$ 150 
Cadeira Alta – meia R$ 60, inteira R$ 120 
Pista 1 Lote – Meia R$ 50, inteira R$ 100
Tel.: (011) 4003-1212
Ingressos: R$ 100 (inteira, pista, 1° lote) a R$ 200 (inteira, camarote), pelo Ingresso Rápido (aqui)
Classificação 14 anos

 


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Sam Alves diz que nível dos cantores do The Voice brasileiro e americano é o mesmo