Mick Jagger desliza pelo palco como um bailarino, diz frases em português e comanda a massa, Keith Richards e Ron Wood exploram diferentes timbres de guitarras e amplificadores vintages, Charlie Watts nunca deixa de ser cool. Os hits estão quase todos lá.
O roteiro do segundo show dos Rolling Stones no Morumbi, no sábado (27), apesar de algumas surpresas, como a abertura com Jumping Jack Flash e All Down the Line, é previsível. Mas isso é tudo que querem os fãs que pagaram caro e enfrentaram o perrengue de chegar e sair do Morumbi. O que não é previsível é como esta experiência vai bater em cada um, afinal, é raro estarmos diante dos nosso quatro heróis, Mick e Keith aos 72 anos, Charlie, 74, e Ron, 68.
Sobra carisma e entrega. A chuva, velha conhecida dos paulistanos – e dos ingleses -, surge apenas para uma leve refrescada, em Gimme Shelter e Start Me Up.
Ao fim, após cada música disparar memórias afetivas, celebramos amizades e amores, cantando e dançando. É como um resgate emocional, cicatrizes se fecham, a alegria funciona como um diapasão da alma. As lembranças, ainda vivas, se transformam em espelho para cada uma das 65 mil pessoas que estavam lá. Nele, nos olhamos e repetimos: “Please to meet you”. Não é apenas rock and roll. É a nossa vida.
Show Rolling Stones em São Paulo
Créditos: Gabriel Quintão