Chega o fim de semana. Se você é como eu, mal espera a hora de ligar para os amigos e marcar o encontro para curtir a noite. No entanto, isso nem sempre funciona assim. Há momentos em que surgem milhares de situações que insistem em contrariar sua enorme vontade de cair na balada. Por exemplo, a nova namorada ciumenta do seu camarada, o outro que pegou um belo de um resfriado e não pode sair, ou o celular que teima em apenas chamar – e este último, quando acontece com todos os possíveis números de sua agenda, é desesperador.

Pois então, justamente no sábado passado, dia do tão aguardado Skol Beats, estes e outros acontecimentos tentaram me deixar de molho. Eu poderia ter bodeado, e sei lá, pedido pizza e assistido a uma das temporadas de Dr. House na minha casa. Não era uma idéia ruim! Mas não em uma noite em que o Anhembi estava fervendo e fazendo São Paulo tremer. Decidi fazer algo não muito usual, e nem um pouco empolgante: fui sozinho.

Eram 22h00. Me preparei para sair em uma noite de frio. Como não tinha ninguém para dirigir meu carro na volta, e as leis da cidade estão mais rígidas para quem for pego ao volante sob efeito de bebidas alcoólicas, preferi não arriscar. Peguei dois ônibus e um metrô para chegar até a festa. Claro que pensei diversas vezes em desistir e voltar. Porém, já estava no meio do caminho, e como diz o velho ditado: “Já que está no inferno, abrace o diabo”. Foi o que fiz.

Cheguei tarde e não consegui ver as primeiras atrações. No palco principal, quem se apresentava era o duo francês Justice, que tocava uma de minhas músicas favoritas. Comecei a me animar.

Fui em direção a um dos guichês e comprei fichas para pegar cerveja. Então, comecei a rodar pelo evento. Primeiro, passei pela Tenda Terra, onde a galera pirava ao som house de Miguel Migs. Dancei um pouco, observei as pessoas, e cansei do som do DJ. Já estava pronto pra descobrir o que havia na Tenda Skol. Opa! Foi aí que senti algo que nunca havia percebido em outras baladas. Geralmente, quando estamos reunidos com a galera, é difícil conseguir optar por um ambiente em que todos se sintam à vontade. Sempre tem um que está insatisfeito, outro que quer ver uma atração diferente… entretanto, quando estamos sem ninguém para interferir, você sente a melhor sensação do mundo: liberdade.

Não estou defendendo a tese de que as pessoas devam largar mão de seus amigos e começar a sair sozinhas. Mas que o fato de não depender dos outros para se divertir traz sentimentos bons, ah, isso é verdade. A jornalista Jamille Pinheiro concorda que a maior vantagem é poder curtir toda a balada sem preocupação, principalmente se for para paquerar. “Mas teve um festival de música eletrônica ao qual fui sozinha, onde passei muito frio e não tinha ninguém pra me esquentar. Então, fui para dentro de um lounge e fiquei embaixo de um pufe”. E continua: “Sem contar que passei mal quando estava indo embora, e não tinha nenhum conhecido para me ajudar”, conta.

O DJ Camilo Rocha também acha ruim sair sem amigos. “Se você passar mal, pelo menos vai ter alguém pra te socorrer.” Mas admite que a melhor parte de sair sozinho é poder conhecer gente nova. Quando viajou para a Inglaterra, lembra que teve dificuldades para sair com a galera. “A maioria dos meus amigos lá é brasileiro, e não gostam de música eletrônica. Eu estava em Londres e tinha a oportunidade de ver meus DJs favoritos. Não deixava de sair. Agora, claro, sair com os amigos é bem melhor, né?”, finaliza.


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Repórter vai ao Skol Beats e avalia se é possível se divertir sozinho na balada

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