No visual, barbas ao estilo lenhador, cabelos despenteados e camisas xadrez. No som, o peso do stoner rock misturado ao heavy e sludge metal. Na conversa exclusiva com o Virgula, o bom humor e muitas risadas entre uma frase e outra. Assim é o Red Fang, banda de Portland, EUA, que volta ao Brasil como atração do Maximus Festival, que rola sábado, 13, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
“Ah, como sinto falta da carne deliciosa do Brasil! É maravilhosa (risos)“, diz Bryan Giles logo de cara ao atender o telefone. “Sabe, o que ficamos espantados na hora com o Brasil é como o público daí é ótimo. É realmente apaixonante. É uma outra cultura, um outro jeito de curtir o que é apresentado“, diz o guitarrista e vocalista sobre a primeira vinda da banda ao país, em 2012.
Das aventuras em terras tupiniquins, Giles também relembra que nem tudo foi mil maravilhas e teve alguns pontos ‘negativos’, ou diferentes: “Tem uma coisa que achamos bastante esquisita no Brasil: ‘Por que os shows acontecem tão tarde?’ Lembro que quando tocamos em um festival em Brasília, nosso show aconteceu lá pelas 3h da manhã, e o que é mais incrível é que tinha gente para nos ver e o show foi insano. Sabe, nesse horário eu costumo estar dormindo“, e completa: “Para piorar tínhamos um voo para São Paulo na manhã seguinte. Foi louco (risos)“.
Em seu retorno ao país, o Red Fang apresentará músicas do mais recente álbum, Only Ghosts, de 2016, produzido por Ross Robinson (Sepultura, Korn, Slipknot e outros), e Giles fala um pouco do processo: “Only Ghosts foi o andamento natural do nosso som. Trabalhamos todos juntos e ficamos um bom tempo no estúdio focados nele. Na minha opinião é o melhor álbum que já fizemos, ou o mais perto que chegamos do que estávamos idealizando para ele“.
Dos grupos que se apresentam no Maximus Festival, o Red Fang pode ser considerado dos mais novatos, com apenas dez anos de carreira, embora seus integrantes não sejam tão jovens. Porém, para Giles esse tempo não é pouco: “Se somos uma banda nova ou velha, é relativo. Eu acho bastante tempo. Sinceramente, nunca tive expectativas e nunca pensei que chegaríamos a dez anos de banda. Normalmente você tem banda com seus amigos, e com o tempo as pessoas crescem, mudam, brigam, saem na porrada, e nós ainda conseguimos nos divertir e viajar o mundo fazendo o que curtimos. Pra mim é importante estar numa banda, é importante estar nessa banda“.
Sobre dividir o palco com artistas de outros estilos no festival, como Linkin Park e Prophets of Rage, por exemplo, o guitarrista acha ótimo: “Eu adoro tocar com bandas que não se parecem com a gente. Festival é isso, você vai para ver seu artista preferido, assiste ao show de outro que nunca ouviu falar e sai de lá com mais uma banda no coração (risos)”.
Antes de finalizar o papo, Giles brinca que só tocará no Maximus com uma condição: “Sem pizzas em nosso camarim não subimos ao palco. Nosso baterista adora (risos). Ah, e cervejas também! Mas não vou beber muito para não ficar com vontade de fazer xixi durante o show (mais risos)”.
SERVIÇO – MAXIMUS FESTIVAL
Data: 13 de maio
Local: Autódromo de Interlagos (Av. Sen. Teotônio Vilela, 261 – Interlagos, São Paulo – SP)
Horário: A partir das 12h
Abertura dos portões: 10h30
Classificação: 18 anos.
Ingressos: maximusfestival.com.br/tickets
Shows internacionais de 2017
Créditos: Gabriel Quintão