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BK lança O Líder Em Movimento
Mais do que contagiar pessoas com letras profundas e uma melodia que entra e fica gravada na mente, BK sabe como poucos como manter-se firme no propósito de difundir a música para o ser humano e não para uma classe.
O músico falou com exclusividade ao Vírgula sobre o novo trabalho da carreira, “O Líder Em Movimento”, lançado no último dia 7 e já disponível nas plataformas digitais. Este é o terceiro álbum de estúdio do carioca, que não abriu mão do sentimento e do dedo na ferida na obra.
“O Líder em Movimento”, diferente de outros trabalhos que eu produzi, é, digamos, papo reto! Saca? A questão do momento que estamos passando, eu sentia necessidade de falar sobre isso. Parece que eu tava com isso na cabeça, prevendo o que ia acontecer”.
Após “Castelos & Ruínas”, de 2016 e “Gigantes”, enorme sucesso de 2018, BK chega com “O Líder Em Movimento” criando uma personagem atrelada às lutas raciais e também à renovação de si próprio.
“Eu e muitas pessoas ainda sofremos um racismo controlador. Somos muito abafados por muita coisa e isso tem que ter um basta, entende? Isso não é de hoje e nem nunca parou. A história mostra isso e ainda é mal contada. Esse racismo chega a fazer o preto não se entender como preto”, pondera BK.
Apesar de outras canções no passado falarem sobre o assunto, como “Julius” e “O que sobra disso tudo”, o novo álbum do rapper é mais profundo na questão. O líder negro (personagem da obra) luta para fortalecer a própria comunidade, mas ainda tem momentos megalomaníacos, até perceber que a divisão do poder é a chave para tornar um povo mais motivado a lutar pelas mudanças.
“Eu sou rapper. Quero fazer disco de rap. Quero trazer minhas verdades nas músicas, atreladas à miha vida e à minha visão da sociedade, do que ela traz de bom e do que está deturpando a mente das pessoas”, afirma.
Música preta! De família preta!
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“Eu sou rapper. Quero fazer disco de rap!”
BK não titubeia quando pergunto de que fonte ele bebeu na música. “Minha família sempre ouviu música preta! Minha mãe ouvia muito reggae e jazz quando eu era pequeno, tenho muito dessa influência da minha infância no meu som”.
O rapper conta que adora prestar atenção às melodias do som que escuta, mas dois, em especial, estão sempre com ele: Tupac e Notorious B.I.G. “São meu ídolos, saca? Tupac sempre representou muito pra mim”.
O novo álbum, O Líder Em Movimento, está embasado e recheado de influência dos negros mais importantes da história do planeta, como Malcom X e Martin Luther King.
Influências que estão nas palavras de BK ao telefone, que ele gostaria de gritar para o mundo. Algo que também contagia a este jornalista.
“A questão do racismo é algo que nos permeia e tem de ter um fim. Tudo isso passa por uma maior sensibilidade na hora de observar o mundo. Queremos muito e observamos pouco, isso faz com que nem saibamos às vezes o que é importante e o que não é. No fim, a escolha foi, é e sempre será de cada um”, afirma.
“Olhe para você e para o seu próximo além da extensão do corpo e da pele. Olhe para o coração e para a mente. O mundo é um lugar para evoluir e se divertir. Que possamos fazer isso, respeitando o espaço de cada um e ajudando cada um a construir um novo espaço”…
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