Se você frequentou os shows de Emicida nos últimos anos deve ter se deparado com Coruja BC1. Presença constante nos shows do ícone da nova geração do rap, o rapaz de 22 anos é dono de um flow impressionante e começa a apresentar sua artilharia pesada.
O clipe do lançamento mais recente, Modo F, com instrumental de J Cole, lançado em 25 de janeiro, se aproxima de 1 milhão de visualizações no YouTube. Este ano, Coruja deve lançar também seu segundo álbum.
“Emicida é um gênio, o Laboratório Fantasma é uma família. Aprendo muito com eles. Emicida me ensinou muito principalmente a forma como devo conduzir as peças que eu tenho. Ele esta muito à frente do tempo, sou muito grato a eles, não só por me ajudarem, mas também por tudo que já fizeram e construíram pela música brasileira”, exaltou.
Nascido Gustavo Vinicius Gomes de Sousa, em Osasco, Coruja cresceu e fez as primeiras rimas em Bauru. Sobre os outros artistas do interior de São Paulo que ele mais gosta e indica, o rapper elege Dö MC, Tássia Reis, Além da Rima, Thigor, Síntese, Nego Max, Legalê e Dente.
Em relação às mudanças mais marcantes que nomes da nova geração do rap vêm trazendo, Coruja opina: “Somos a continuação de um legado, é importante lembrar isso. Que pra estarmos hoje fazendo a música rap muita gente no passado deu a vida pra isso. Acredito que muitas coisas boas estão acontecendo, a forma como os grupos e a questão business dentro do nosso segmento vem se organizando, é uma forma positiva. A internet fez com que a música independente pudesse respirar e ganhar o seu devido espaço”, afirmou.
Ele diz ainda que muitas coisas que acredita serem “revolucionárias dentro da realidade de país de terceiro mundo” ocorreram nos últimos cinco anos. “Um fato histórico e mais recente é o lançamento da coleção Yasuke feita pela laboratório fantasma (selo e empresa de rap) em parceria com o estilista João Pimenta. Uma marca de hip hop lança uma coleção no maior evento de moda do país e um dos maiores do mundo cheia de representatividade, pra mim algo histórico e que me deu muito orgulho de ver”, disse.
Já sobre o que tá acontecendo de mais novo na música brasileira, Coruja dá sua opinião: “O rap e o funk. O rap apesar de estar há anos, a pouco tempo se tornou a música mais ouvida do mundo e isso está se refletindo no Brasil. Cada vez mais, cada dia mais aparecem novos MCs de rap e cada vez mais artistas de rap ganham proporções de carreira tão grandes quanto artistas norte americanos. O funk porque a forma como o funk organizou seu business é uma forma que merece ser estudada. Muitos hits que fazem milhões de reais na música funk saíram de um home estúdio com o investimento mínimo, que muitas vezes até ultrapassa em resultados gêneros com investimentos milionários como o sertanejo e a música pop”, argumentou.
Fique esperto, o voo de Coruja já está em curso e será sem limites de altura.