Se você gosta de sons como o da Nação Zumbi e Lenine, guarde esse nome: Jorge Sampaio Tupiniquin, ou melhor, guarde só Tupiniquin.

Esse rapaz de 25 anos está lançando seu primeiro disco, pela Curve Music, e mostra, de primeira, como é possível misturar, sem exageros, rock, afro-samba, bossa nova e ainda resgatar a Tropicália. Em seu álbum de estréia, Made in São Paulo, Tupiniquin revela influências de Vinícius de Morais, Caetano Veloso, Cidadão Instigado e Nação Zumbi, tudo ao mesmo tempo.

Complicado? Ele diz que não. “Não foi difícil misturar tudo, por que tudo já é muito misturado. Quis apenas fazer uma música mais pra frente, que explique mais a sensação delas, criando novas composições”, disse ele em entrevista ao Virgula-Música.

Início

“Comecei a compor aos 17 anos, sem querer, apenas para dar de presente uma música para a menina por quem eu era apaixonado no colégio”, diz o músico e cantor, que nessa idade, já acumulava uma série de composições e não tinha paciência pra tocar na noite apenas fazendo covers. “Queria tocar minha música, o que fiz em alguns lugares e os amigos já sabiam cantar”.

Porém, ele deixou a música de lado pra se virar. Aos 20 anos, Tupiniquin saiu de São Bernardo, sua cidade natal, e foi morar nos Estados Unidos. Ao ouvir um disco do já falecido produtor Suba, com participação da brasileira Cibelle, não se conteve. “Na hora pensei: ‘preciso voltar a tocar’”, lembra ele, que na época, fazia todos os serviços que os brasileiros fazem nos EUA. “Serviços latinos”, brinca.

Três anos depois, ele já estava de volta à rotina musical gravando o disco em casa mesmo. A produção começou em 2006. “Em 2007 vim pra São Paulo, onde comecei as gravações com a ajuda de amigos. E agora, perto de completar um ano que estou no Myspace, já fiz amigos, tenho um público fiel que freqüenta a página, uma gravadora, etc”, diz ele.

Tupiniquin lembra que, coincidentemente, a maioria dos músicos que trabalhou com ele morava na mesma rua em São Paulo, detalhe que chama a sua atenção. “São Paulo abriga todos os estilos, às vezes no mesmo espaço, daí a idéia de que de toda essa mistura sai um som made in São Paulo”, expressão que dá nome ao disco.

Influências

Sobre a semelhança com alguns artistas como o pernambucano Lenine – às vezes até a voz se parece com a do cantor – Tupiniquin comenta que tudo foi involuntário. “Trabalhei com muitos músicos do Recife, que tocaram com o Chico (Science) e tem características de lá”, diz ele. Mas, antes de artistas mais contemporâneos como Chico e Lenine, Tupiniquin afirma que sua maior influência vem de dois grandes nomes da música popular brasileira: Banden Powell e Vinicius de Moraes, com quem ‘aprendeu’ a gostar da mistura do maracatu com o afro-samba.

Made in São Paulo

Com o disco na mão, Tupiniquin pretende começar logo a turnê, que deve ter seu pontapé inicial em São Paulo.

São 12 faixas que falam desde o passado de caminhoneiro – pois é, ele já rodou estradas com o pai e o padrinho – a músicas da fase de adolescente (como Incenso) a outras mais recentes. Boa pedida para quem gosta da mistura que a música popular brasileira consegue reunir, quando o artista consegue explorar.


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Raio X: Tupiniquin mostra misturas brasileiras made in SP

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