Filho de um pernambucano, Marcelo Jeneci procura estar sempre atento aos ventos que sopram do Recife. Como diz Lenine, um lugar em que a diversidade é tão marcante que até no nome do Estado há dez letras e nenhuma se repete. Desta maneira, Jeneci ele se tornou parceiro de Raphael Costa e irá produzir um disco do rapaz.

Desde o fenômeno do mangue beat, de Chico Science & Nação Zumbi, mundo livre s/a, Eddie, DJ Dolores, Mestre Ambrósio, muita água passou por debaixo dos rios Capibaribe e Beberibe. Vieram, então, nomes como Siba, Lulina, Bruno Souto e Raphael, prova de que a fertilidade segue sendo uma marca. 

Para o músico, em entrevista ao Virgula Música, ele diz que o Carnaval representa o melhor da tradição pernambucana, uma música que Raphael vê “dançando no futuro”.

Como apresentaria a si mesmo para alguém que gosta de música brasileira alternativa, mas que ainda não te conhece? 

Primeiramente dizer a esta possível pessoa que não acho que o que eu faço, tampouco o que os meus amigos fazem, seja música alternativa. Acho esse termo reducionista, e não cabe mais nessa nova era em que vivemos essa sorte de rótulo. Diria a esta pessoa que faço música com muito amor e alegria, e que se esta mesma pessoa quiser, canto pra ela.

Quem são seus heróis musicais?

Gilberto Gil, dentre todos, é o que mais me salta aos olhos, ouvidos, cabeça, coração e alma. Arte e ciência.

Crê que a música brasileira estejam em processo de fusão com outros gêneros? O que a música tem a ganhar com esse diálogo?

Acho que a música brasileira sempre se deixou influenciar por outros gêneros do mundo. Na verdade acho que isso é o que melhor caracteriza a música feita no Brasil.

O que considera o melhor na tradição de música pernambucana?

O carnaval! É música pra ouvir, ver, pegar e sentir. Dá até pra beijá-la…

E o que considera que será a música pernambucana do futuro?

A música pernambucana está dançando no futuro!


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'Pupilo' de Jeneci, Raphael Costa mostra fertilidade da cena pernambucana pós-mangue

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