O DJ pioneiro do Brasil, Osvaldo Pereira, 81 anos, será homenageado nesta terça (15), na final do DMC Brazil, o Disco Mixing Championship, um dos principais campeonatos de DJs do mundo. O evento, às 20hs, rola no Teatro Sérgio Cardoso. Na mesma noite, serão homenageados KL Jay, DJ Hum e outros.
Nascido em Muzambinho, seu Osvaldo começou o ofício de DJ em 1958, usando a experiência que tinha em construir equipamentos de áudio. Atrás de uma cortina, que se abria durante a festa, ele criou a Orquestra Invisível.
Patriarca de uma família com mais de 30 DJs, ele segue na ativa e, às vezes, se apresenta como convidados em festas, sempre recebido como astro.
Em entrevista recente ao Virgula, ele falou sobre que tipo de música ele gosta de ouvir em casa e de discotecar. “Para relaxar, sou muito focado em músicas brasileiras antigas, da década de sessenta. Naquela ocasião, Miltinho, Elza Soares e Jamelão faziam muito sucesso. Também ouço big bands, Glenn Miller, e o coqueluche da época, o Ray Conniff, que apareceu com umas músicas muito bonitas. Nas festas, gosto de entrar com canções dos anos 50 e 60, mas também gosto muito de música moderna, como Tim Maia, Jair Rodrigues e Simonal”, afirmou a lenda.
Alguns nomes frequentes no set de seu Osvaldo são: Rita Pavone , Johnny Rivers, Ray Conniff, Sérgio Mendes, Quincy Jones e Benito Di Paula. O DJ pioneiro, que toca com vinil e usa o Serato (programa que simula o vinil a partir de um arquivo digital) também deu a letra sobre o que um bom DJ precisa ter para se destacar.
“Um bom DJ tem que primeiramente gostar muito de música. Depois ir às festas, ver os DJs, e quando for fazer um baile, saber agradar o público. Nós agradamos a nós mesmos quando estamos em casa, mas quando estamos numa festa temos o dever de fazer o público dançar. Tem que ir sentindo o pessoal da pista para atingir o objetivo. É uma coisa de feeling, que se aprende com o tempo. Quando as pessoas estão dançando eu também estou dançando junto com elas, mesmo parado”, disse.
Em maio, seu Osvaldo e Sonia Abreu, a primeira DJ do Brasil, foram homenageados pela Assembleia Legislativa. Na ocasião, nós pedimos que um entrevistasse o outro e quando Sonia perguntou para eles se ele era um homem realizado como DJ ou se ainda falta mais algum sonho, ele respondeu: “A gente tá sempre aprendendo. A minha vontade é tão grande de conhecer música que eu fiz um curso numa escolinha de DJ. Realmente, eu fiz porque a minha intenção é sempre aprimorar cada vez mais. Não vou entrar na área de performance porque não é a minha praia. Admiro muito. Por exemplo, o hip hop, adoro muito, tem DJ de hip hop que sempre me convida pra ir lá prestigiar eles e eu vou com o maior carinho, porque todos eles tem um trabalho muito bonito e cada um na sua área”, ensinou a lenda.
SERVIÇO
30ª edição do DMC Brazil – etapa brasileira do Disco Mixing Championship
Terça às 20h00
15 de setembro
Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
São Paulo