Reconhecido como um dos líderes da indústria musical no Brasil, Arthur Fitzgibbon conversou nesta quinta-feira com o Virgula sobre o mercado da área, que passa por constantes e rápidas transformações e não para de lançar novidades.
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“O mercado da música vive ciclos de consumos: nos anos 80 vivemos a era do vinil, nos 90 a era dos CDs e os 2000 foi a pirataria até chegar em 2010 a era do streaming. Todos estes ainda existem, mas a regra de consumo a partir de 2020 é que vivemos o ciclo de consumo da audiência”, destaca.
Ao longo de mais de 12 anos de experiência no setor, Fitzgibbon tem mais de 450 projetos especiais lançados com artistas de pequeno, médio e grande porte. A paixão pela área veio cedo, com um presente.
“Comecei a levar a sério o mercado da música quando ganhei de presente a fita k7 “Voo de Coração”, do Ritchie e foi ali que li inteira a ficha técnica de produção e nunca mais parei de guardar nomes e funções”.
Confira abaixo a entrevista completa com Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm Brasil.
Virgula: O que mais difere o mercado da música dos Anos 80, 90 e início de 2000 para os dias de hoje?
O mercado da música vive ciclos de consumos: nos anos 80 vivemos a era do vinil, nos 90 a era dos CDs e os 2000 foi a pirataria até chegar em 2010 a era do streaming. Todos estes ainda existem, mas a regra de consumo a partir de 2020 é que vivemos o ciclo de consumo da audiência onde esse fator define o mercado da música atualmente. Principalmente com a força das redes sociais e influência digital.
Virgula: Como artistas da “antiga” passaram a encarar o mercado atualmente, principalmente na questão da distribuição do produto?
Naturalmente quando um artista vive uma fase muito boa, ele tende a continuar com o planejamento que deu certo. Por isso há uma dificuldade em se adaptar ao novo modo de consumo focado no digital, mas há exemplos muito bons como Nando Reis e Péricles que se reinventaram e também atualizaram suas equipes para juntos se tornarem mais fortes.
Virgula: Cite 1 case que você achou que tudo poderia dar errado e deu super certo.
Na verdade os cases que há a possibilidade de dar errado é aquele que conta apenas com o fator da viralização. Há ínumeros casos de artistas que incluem a “viralização” como parte do plano de marketing e não investem nada em outras ações. Existem esses casos, mas eles são tão improváveis quanto acertar na megasena e quando acontecem trazem uma realidade para o artista que geralmente não se sustenta, fazendo com que uma viralização aconteça muito rápido e o sucesso dure muito pouco.
Virgula: Quando começou sua paixão pela música? Quem são seus ídolos?
Comecei a levar a sério o mercado da música quando ganhei de presente a fita k7 “Voo de Coração”, do Ritchie e foi ali que li inteira a ficha técnica de produção e nunca mais parei de guardar nomes e funções. Imaginava o trabalho descomunal que uma pessoa tinha de concretizar para ter o seu nome numa ficha técnica de um álbum. Foi então, que comecei a trabalhar e aprender com algumas dessas pessoas que até então era nomes nos discos. Muitas pessoas foram essenciais mas nomes como Marcos Maynard e Marcelo Castello Branco me ensinaram tudo que sei sobre o mercado da música.
Virgula: Qual a maior dificuldade hoje para os artistas no atual mercado?
Acredito que o imediatismo que o digital proporciona, a falta de gestão de negócios, e por incrível que pareça há poucos bons executivos dispostos no mercado. Essa revolução que está acontecendo está muito rápido onde o mercado cresce mais do que se recoloca novos profissionais assim como o sucesso viral cobra um preço caro de quem é ansioso.
Virgula: Ainda há espaço para todos na música?
Sem dúvida ainda há muito espaço na música mas como qualquer mercado de trabalho, vai prevalecer quem controla e aperfeiçoa varáveis como talento, equipe e investimento para que então quando o sucesso bater na sua porta, venha e fique por muito tempo.
Virgula: Qual a melhor forma do artista que está começando a conseguir cada vez mais espaço no mercado?
O artista que buscar um carreira de longo prazo precisa planejar a longo prazo. E quando falo de longo prazo é ter constância, investimento frequente, capacidade de se adaptar ao novo, ter um posicionamento claro ao público. O artista que quer ter espaço precisa ter uma equipe que busque os mesmos objetivos a longo prazo.
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