Depois de 11 anos de espera, o terceiro e mais recente disco, Third, do Portishead, lançado em 28 de abril, perdeu muito da sonoridade climática da banda para dar espaço a um experimentalismo démodé.

Para um grupo que se apresentou ao mundo com Dummy (1994), um dos melhores CDs do trip hop, gênero que ajudou a criar, músicas como “Small” e “Machine Gun”, do novo CD, dão a impressão de que, ao ouvi-las, nosso cérebro está sendo triturado. Parece que a voz marcante e dramática de Beth Gibbons foi deixada em segundo plano para se destacar mais os sons repetitivos dos sintetizadores.

A frase do início da primeira música “Silence”, falada em português (“Esteja alerta para a regra dos três, o que você dá retornará para você, essa lição você tem que aprender. Você só ganha o que você merece”) perde um pouco a intenção de reflexão ao esbarrar num possível equívoco: não seria “regra de três”, em vez de “regra dos três”?

Apesar disso, há músicas que conservaram o clima etéreo das músicas do Portishead a que estamos acostumados. É o caso de “Hunter”, “Nylon Smile”, a folk “Deep Water” e meio folk “The Rip”, em que a voz de Gibbons é acompanhada apenas por um violão antes de entrar o aparato eletrônico.

De qualquer forma, as músicas que valem a pena ouvir acabam compensando as faixas mais indigestas. E o CD termina num saldo positivo.

1) Silence
2) Hunter
3) Nylon Smile
4) The Rip
5) Plastic
6) We Carry On
7) Deep Water
8) Machine Gun
9) Small
10) Magic Doors
11) Threads


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Portishead - Third

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