Ordenar o setlist de um show é uma arte sutil. Não que seja difícil, mas é como montar um quebra-cabeça em que você tem que manter o público agitado e atento durante todo tempo. E, acima de tudo, é uma arte mutante, a cada banda as regras mudam.

Com Wolfgang Amadeus Phoenix, álbum lançado no ano passado, os franceses do Phoenix ganharam um mega-hit mundial, Lizstomania, com o qual eles abrem o show. A força da música é tamanha que o refrão ganhou o maior coro do Planeta Terra.

Mas começar um show com sua grande canção tem seu preço, principalmente quando seu repertório não conta com hits à altura. Foi do que padeceu o Phoenix. Por mais que a banda seja competente no palco e o baterista Thomas Hedlund esmurre seu kit com vigor, o miolo mais lento esfriou os ânimos.

Resultado: em diversos momentos as imagens aéreas do telão mostravam um público parado, semi-apático no geral. Quando o próprio vocalista da banda, Thomas Mars, deitou no palco de costas para o público, cabeça apoiada no retorno e observando sua banda. Algo está errado.

No final a empolgação voltou, com Consolation Prizes e 1901, outra grande hit do álbum do ano passado, que encerrou o show. O vocalista se jogou no meio da plateia e foi levado até a metade da pista, subindo numa plataforma para delírio geral. A chama estava acesa de novo, e o Phoenix deixou o palco sob aplausos eufóricos. Soubessem enfileirar melhor suas canções, talvez os altos do show não se resumissem a começo e fim.

Em tempo: a tão falada participação do Daft Punk no show do Phoenix não passou de boato.


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Phoenix faz show irregular no Planeta Terra