A quarta-feira amanheceu triste na Inglaterra! George Martin, lendário produtor dos Beatles, morreu nesta madrugada aos 90 anos. Segundo a revista americana Rolling Stone, a causa da morte não foi revelada.
Os ex-integrantes de um dos maiores grupos da história deram a notícia no Twitter e lamentaram a morte: “Deus abençoe George Martin. Paz e amor para Judy e a família dele. Sentiremos muita saudade”, postou Ringo Starr. Em outro post, o ex-Beatle dividiu com os fãs uma foto e agradeceu: “muito obrigada por todo seu amor e generosidade”.
Paul McCartney publicou uma carta emocionada em homenagem ao produtor em seu site: “estou muito triste com a notícia da morte do querido George Martin. Tenho lembranças incríveis deste ótimo homem que estará comigo para sempre. Ele era um verdadeiro gentleman e como um segundo pai pra mim. Ele guiou a carreira dos Beatles com tanta habilidade e bom humor que se tornou um verdadeiro amigo e parte da família”, disse.
Confira a carta escrita por Paul McCartney na íntegra:
“Estou muito triste com a notícia da morte do querido George Martin. Tenho tantas lembranças maravilhosas deste ótimo homem que estará comigo para sempre. Ele era um verdadeiro gentleman e como um segundo pai pra mim. Ele guiou a carreira dos Beatles com tanta habilidade e bom humor que se tornou um verdadeiro amigo e parte da família. Se alguém merece o posto do quinto Beatle é George. Do dia em que ele deu aos Beatles nosso primeiro contrato até a última vez que o vi, ele foi a pessoa mais generosa, inteligente e musical que eu tive o prazer de conhecer.
É muito difícil escolher minha memória favorita dos tempos com George porque são tantas, mas a que vem a mente é de quando estávamos fazendo a música “Yesterday”. Estávamos na gravação e um dos caras da banda sugeriu que eu cantasse sozinho apenas tocando guitarra. Depois que fiz isso, George Martin me disse: “Paul, tive a ideia de colocar um quarteto de cordas na gravação”. Eu disse: “não, George. Nós somos uma banda de rock e não acho que é uma boa ideia”. Com a maneira suave de um grande produtor, ele disse: “vamos tentar isso, se não funcionar não usamos e vamos com sua versão solo”. Eu concordei e no dia seguinte fomos para a casa dele trabalhar no arranjo.
Ele pegou os acordes que o mostrei e tocou no piano, colocando o violoncelo uma oitava abaixo e o primeiro violino uma oitava acima e assim me deu a primeira lição de como cordas funcionam com um quarteto. Quando gravamos o quarteto de cordas de Abbey Road, foi muito emocionante ver que a ideia dele era tão correta e fiquei contando isso para as pessoas por semanas. Obviamente, a ideia dele funcionou porque a canção se tornou uma das mais regravadas com versões de Frank Sinatra, Elvis Presley, Ray Charles, Marvin Gaye e centenas de outros.
Esta é apenas uma das muitas memórias que tenho de George, que também me ajudou com os arranjos de “Emeanor Rigby”, “Live and Let Die” e muitas outras canções.
Tenho muito orgulho de ter tido a chance de conhecer um homem tão bom com um sentido tão aguçado de humor, que tinha a habilidade de zombar de si mesmo. Mesmo quando ele foi nomeado Cavaleiro da Rainha nunca houve o menor vestígio de esnobismo nele.
Minha família e eu, que o temos como um querido amigo, sentiremos imensa saudade e mandamos nosso amor a mulher de George, Judy, aos filhos deles, Giles e Lucy, e aos netos.
O mundo perdeu um homem verdadeiramente bom que deixou uma marca eterna na minha alma e na história da música britânica.
George, Deus te abençoe e todos que navegam com você.
Paul”
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Créditos: Ian MacMillan