São 18 anos de carreira, dez álbuns de estúdio e uma trajetória respeitada no circuito do rock brasileiro. Em 2009, o Charlie Brown Jr. retornou para as paradas com um novo álbum e boa recepção de seus fãs, assinando com a Sony e ganhando a adição do baterista Bruno Graveto.

A sonoridade pesada com influências do punk e trejeitos emprestados do hip hop chega ao décimo álbum, Camisa 10 (Joga Bola Até na Chuva), com a cara do filão comandado pelo produtor Rick Bonadio.

A pegada hardcore continua lá, é fato, mas o som está mais limpo do que nunca, com todos os instrumentos facilmente reconhecíveis e melodias simples com refrões marcantes. A escolha por uma sonoridade menos agressiva é consciente e, segundo o vocalista Chorão, é imperioso que uma banda saiba equilibrar apelo comercial e sonoridade autêntica.

“Somos uma banda de pop-rock. Não adianta fazer música pesada e a rádio não tocar. E também é complicado quando esse discursinho sobre rock pesado e tal vem de alguém que chega, faz um sertanejocore e daí reclama depois que o rock é ruim ou coisa parecida”, afirmou Chorão. “Colocar guitarra distorcida em uma rádio pop é mesmo tarefa difícil”, concordou o guitarrista Thiago Castanho.

Para Chorão, o segredo por trás do pop-rock do grupo é simples: menos é mais. “Música que dá trabalho para fazer não fica boa. As que fazem sucesso são sempre aquelas que aparecem sem muito planejamento, simples e espontâneas”, opinou o vocalista.

Se o pop e o rock nas rádios têm dias contados, ninguém sabe. Mas é fato que as bandas que tradicionalmente dominavam as paradas com refrões de amor e interlúdios de guitarras enfrentam um novo concorrente: o sertanejo universitário, que reuniu a temática da dor de cotovelo e a levada pop feita para grandes arenas e agora arrasta multidões para cantar junto, balançar os braços e abraçar quem estiver por perto.

“Ninguém tira o espaço de ninguém. Se as rádios não estão oferecendo muitas músicas de rock é porque temos menos bandas fazendo isso. Cada um tem a sua função e a sua sonoridade, não é uma competição. Além disso, volta a questão do som pesado, porque um riff pesadão de guitarra não vai mesmo tocar em uma rádio pop”, explicou Thiago Castanho.

Confira abaixo a entrevista completa com o Charlie Brown Jr.


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Para Chorão, do Charlie Brown Jr., "não adianta fazer música pesada e a rádio não tocar"

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