Backstreet Boys
O grupo Backstreet Boys não foi a primeira “boy band” da história, mas sim a que mais êxito acumulou, com 135 milhões de discos vendidos. Agora, o quinteto, completo de novo, retorna com um novo disco, mas o trono já pertence a outras personalidades.
“Vemos muitas similaridades com One Direction, com toda essa histeria que estão vivendo, mas acho que eles, ao vir de onde vêm – o programa de televisão The X Fator – e com as redes sociais, percorreram um caminho mais fácil que o nosso”, considerou A.J. McLean.
Junto a ele, Brian Littrell, seu primo Kevin Richardson, Nick Carter e Howie Dorough concederam nesta terça-feira (12) uma entrevista à Agência Efe em Madri, durante a promoção de In a world like this, o primeiro disco após o retorno e coincidindo com o 20° aniversário da criação do grupo.
“Nossos admiradores cresceram, tiveram crianças, se casaram e muitos deles permanecem conosco. Há momentos nos quais ficam loucas durante os shows, mas em geral é tudo um pouco mais tranquilo”, comentou Dorough, que reconheceu que agora eles podem desfrutar mais da profissão.
Fica para trás, por exemplo, aquela chegada a Madrid em 1997 para oferecer um concerto que teve que ser adiada pela presença dos fãs, que impediam a garantia da segurança.
Muitas delas seguem aí, mais adultas mas em algumas situações ficam “loucas” novamente, plantadas em frente ao hotel, aguardando algum gesto dos integrantes do grupo que lançou músicas como Quit Playing Games (With My Heart), Everybody ou I want it that way, apesar de na última década afrontarem a transição de um grupo adolescente a banda madura.
“É complicado quando se começa muito jovem, porque há um ponto intermediário no qual teus seguidores podem te esquecer temporariamente, mas se continua fazendo boa música, voltarão”, disse Richardson, que lamentou que, às vezes, tanto “a imprensa como os admiradores querem preservar como te conheceram”.
Na opinião do cantor, é o mesmo processo que atravessam atualmente outros artistas como Justin Bieber e Miley Cyrus, “mas todo o mundo tem que amadurecer e cometer erros. Tanto eles como nós crescemos. Ninguém é perfeito”, afirmou.
Richardson esteve fora da banda desde 2006 (“para seguir adiante com o próximo capítulo da minha vida”, escreveu) até 2012, com esporádicos reencontros.
“Obviamente, sua ausência era percebida no palco, faltava uma voz para as harmonias”, declarou Nick Carter, um dos membros mais carismáticos, que acredita que, com seu retorno, “voltou a magia e a química”.
O retorno de Richardson aconteceu justo após uma chamativa viagem conjunta com outro grande fenômeno masculino, New Kids On The Block, cujo êxito global nos anos 80 foi herdado pelos Backstreet Boys na geração seguinte.
“Eu diria que houve grupos com uma influência mais decisiva para nós, como The Temptations e Boyz II Men, mas sair de turnê com NKOTB foi fantástico”, afirmou McLean.
Algo que estes grupos tinham em comum e com muitas outras “boy bands” da época, era a forma de realizar um “show” no qual o baile tinha quase tanta importância como a música, algo que expatriaram grupos masculinos atuais como One Direction.
Vocês acreditam que saltar e pular pelo palco diminuía a credibilidade como artistas? “De fato, deveriam nos levar mais a sério, porque cantar e dançar ao mesmo tempo é complicado. E suponho que seguiremos dançando até que não possamos”, disse Littrell.
Sem prêmios Grammy -embora acumulem sete nominações-, a recém estrela na Calçada da Fama de Hollywood é outro episódio profissional a destacar, convencidos que “fazendo bons ‘shows’ e lançando bons singles, um fã pode ser um fã por toda vida”.