Milton Nascimento, carioca criado em Três Pontas, em Minas, e um patrimônio da música popular brasileira, ganha enfim uma biografia a sua altura. Com o nome de Travessia – A vida de Milton Nascimento, o livro escrito por Maria Dolores mistura o familiar com a carreira musical, dois lados da vida de Milton que nunca andaram separados.
“Sou fascinado pela minha família, acho que eu não poderia ter tido mais amor, educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo. Eles moldaram a minha vida. Meu primeiro instrumento foi uma harmônica dada pela minha avó. Ela me deu um acordeão, e foi aí que minha vida musical começou”, diz o cantor.
Milton não é muito de falar e raramente dá entrevistas. Mas no caso do livro, a proximidade entre o cantor e a biógrfa (suas famílias são amigas) facilitou a conversa, que passou por assuntos como a infância em Minas, o alcoolismo, amizades, medo da morte e os rumos da carreira.
E por falar nisso, junto com o livro acaba de ser lançado o DVD do show Pietá, com o qual Milton está rodando o mundo há cerca de quatro anos, desde o lançamento do disco.
Nos extras, uma pista dos tais rumos que Milton quer seguir é dada ao espectador: no show, ele reúne alguns jovens talentos da música que conheceu em Três Pontas, sua quase cidade natal, e para o novo disco de 2007, os garotos tem sua participação confirmada.
Nome do livro relembra o 1º disco de Milton
Rio de Janeiro, 1967. Milton Nascimento entrou no estúdio acompanhado pelo Tamba Trio para gravar seu primeiro disco. O encontro dos músicos faz de Travessia um álbum definitivo e eternamente moderno.
A música que dá título ao disco é um dos maiores sucessos da Milton, e ganhou o 2º lugar no II Festival Internacional da Canção, em 1967, e rendeu ao cantor o prêmio de melhor intérprete daquele ano.