De 5 a 13 de agosto rolou o Brasil Summerfest 2017 no Central Park, em Nova York, e contou com shows incríveis de Elza Soares, Liniker & Os Caramelows, Teleseen, Rodrigo Campos, Forro In The Dark, Aline Muniz, Batuque de Lan Lanh e os paulistanos do O Terno, que também tocaram no Nublu e Lincoln Center, locais históricos da cidade.
Como relembrar é viver, Biel Basile, baterista d’O Terno, contou ao Virgula quais foram os cinco melhores shows que assistiram na Terra do Tio Sam. Pelo relato, emoção foi pouco para definir os que eles vivenciaram. Tudo bem que, o tempo que o grupo esteve na cidade não foi dos mais longos, mas foi o suficiente para sentirem como funciona uma das metrópoles mais vivas e culturais do mundo. Confira:
1- Fleet Foxes no Prospect Park
“O primeiro show que vimos em Nova York foi o do Fleet Foxes lançando o disco novo no Prospect Park, no Brooklyn. Estávamos com uma expectativa gigante por esse evento, visto que o Tim, fã incondicional da banda, comprou os ingressos pra todo mundo uns três meses antes da viagem. As certezas que tínhamos antes de ir pra lá eram os dois shows d’O Terno, o show do Tim solo e o show do Fleet Foxes. Não deixou a desejar, o programa foi incrível do começo ao fim. A luz, o cenário e tudo que diz respeito à concepção e infraestrutura da apresentação estavam lindos. E a escolha pelo lugar também foi precisa. Esse palco ao ar livre é um dos lugares mais legais pra assistir a um show em Nova York”.
2- The Mandingo Ambassadors no Barbès
“O Barbès é uma pequena casa de show no Brooklyn que vale muito conhecer. Lugar sem muita frescura, tem um balcão onde você pega sua bebida e nos fundos uma pista onde ocorrem os shows. Tem até um pouco a ver com alguns lugares da cena paulistana; tem sujeira, no melhor dos sentidos que essa palavra pode ter.
A dica quente de lá é ir às quartas feiras assistir ao show do Mandingo Ambassadors. É uma banda liderada pelo guitarrista da Guiné Mamady Kouyats, lenda viva da guitarra africana. Ele e o outro guitarrista da banda são entrosados a ponto de deixar Romário e Bebeto cheios de inveja. Os dois tocando juntos é bonito demais de ver.”
3- Elza Soares no Central Park
“A Elza e sua banda cabulosa formada por Gui Kastrup, Marcelo Cabral, Rafa Barreto e Rodrigo Campos fizeram um show memorável no Central Park. Desses de passar uns bons dias pensando a respeito. Ainda não tínhamos tido a oportunidade de ver esse show do último disco e acho que demos sorte, ela estava num dia inspirado, cantou muito. O repertório e os arranjos são incríveis, os músicos conseguiram encontrar uma maneira muito própria de tocar, a banda tem uma sonoridade que é dela, e isso dá toda uma personalidade pro show que o engrandece muito. Aí a Elza, entidade que é, tem o caminho livre pra deitar e rolar esbanjando simpatia. Durante o show era bonito de ver a galera com o sorriso estampado no rosto, vibrando junto com ela.
Uns dias depois do show da Elza, o Gui Kastrup e o Cabral acompanharam o Rodrigo Campos no show dele que também fez parte do Brasil Summerfest. Foi um clima mais intimista, outra onda do palcão do Central Park, mas nem por isso ruim. Foi num quintal nos fundos de uma loja e a galera se amontoou e ficou quieta pra ouvir aquelas canções lindas dele”.
4- Liniker e Os Caramelows no NuBlu
“A Liniker e Os Caramelows também fez um super show no Central Park, no mesmo dia da Elza. Mas escolhi falar desse aqui porque foi junto com a gente e, assim, tem uma casa de shows a mais na lista. Foi uma noite muito linda. Estávamos lá pra trabalhar mas, como a gente tocou antes, conseguimos terminar nossa apresentação, sair do modo “operários do roque” e curtir Liniker e Os Caramelows. Sobre ela e a banda: que demais! Muita vibe boa, presença de palco e uma voz absurda. Foi um encontro muito gostoso na nossa viagem. E o NuBlu foi um lugar muito bom de tocar e assistir a um show (tivemos o privilégio de estar dos dois lados nessa noite). É uma casa pequena o suficiente para você ficar perto do artista, mas grande o suficiente pra poder tocar alto”.
5 – The Anne Mette Iversen Quartet no Smalls
O Smalls é um clube de Jazz clássico de Nova York. Você entra por uma micro porta na calçada, desce uma escada e chega no lugar. Quem estiver andando distraído passa reto tranquilamente (aconteceu com a gente). Não tínhamos em mente nenhum show específico que gostaríamos de ver lá, então fomos na sorte – escolhemos um dia e fomos. Assistimos ao show da contrabaixista Anne Mette Iversen acompanhada por mais quatro músicos (bateria, sax, trompete e piano). Foi uma apresentação linda. As composições dela eram muito bem arranjadas pra formação e tinham melodias muito bonitas.
Tem muitas coisas legais de estar num lugar como esse. Pra mim, só de poder ouvir os instrumentos soando praticamente acústicos num lugar que é feito pra isso, com os instrumentistas se mixando no próprio tocar, já vale. É como ir ver uma orquestra: simplesmente o som que sai da orquestra já é impactante por si só”.