Nesta segunda-feira (16), a revista Variety revelou que Scooter Braun, empresário de artistas como Justin Bieber e Demi Lovato, vendeu os direitos autorais dos primeiros seis álbuns de Taylor Swift para um comprador anônimo. A venda ocorre mais de um ano após sua empresa, a Ithaca Holdings, adquirir a antiga gravadora de Taylor, Big Machine Records, e todos os masters da artista.
A negociação, ocorrida em Junho de 2019, foi envolvida em polêmicas. Ao trocar de gravadora, a cantora afirmou que precisou abrir mão de seu acervo musical para não atrelar seu futuro profissional a um comprador que, na época, ela ainda não sabia quem era. O negociante viria a ser Braun, um antigo desafeto. “Nunca, em meus piores pesadelos, eu imaginei que o comprador seria Scooter”, escreveu na época.
Taylor atualmente é contratada da Universal Music Group e tentou reaver os direitos sobre os seus masters, mas não obteve sucesso. Mais um de um ano depois, os viu sendo vendidos para uma outra empresa.
Em um comunicado publicado hoje, explicou por que nunca teve a oportunidade de recomprar seus trabalhos de Scooter Braun.
“O time de Scooter queria que eu assinasse uma cláusula de ferro declarando que eu nunca mais diria uma palavra sobre Scooter Braun, a não ser que fosse positiva, antes mesmo que pudéssemos ver os registros financeiros da BMLG [Big Machine Label Group] (que é sempre o primeiro passo em negociações desta natureza). Então, eu iria assinar um documento que me silenciaria para sempre antes que tivesse a chance de enviar uma oferta pelo meu trabalho”, redigiu Taylor em uma carta aos fãs postada no Twitter.
O time legal da cantora explicou que essas condições eram anormais. Segundo a autora de “Cardigan”, Braun nunca lhe passou um preço: “essas gravações masters nunca estiveram à venda para mim”.
Hoje, ela revelou que o comprador anônimo é a Shamrock Holdings. A empresa comprou o acervou por US$ 300 milhões, o mesmo preço pelo qual Braun adquiriu a Big Machine Records e os masters de todos os artistas em 2019.
De acordo com o comunicado, a própria Shamrock Holdings entrou em contato com Taylor para comunicar a compra. “Essa foi a segunda vez que minha música foi vendida sem meu consentimento”, afirmou. Um detalhe controverso é que Braun teria pedido à empresa para não entrar em contato com a artista, caso contrário, o negócio seria cancelado.
Taylor teria considerado uma parceria com a holding, até ser informada que o contrato assinado ainda daria a Braun acesso aos lucros do trabalho por anos. “A participação de Scooter já é um ‘não’ para mim”, informou a cantora.
Portanto, ela continuará a regravar seus álbuns antigos, a única forma de obter os direitos das canções. Neste modelo, se os fãs ouvirem as novas versões no lugar das gravações originais, os pagamentos serão revertidos para Taylor e não para a Shamrock Holdings e Braun, por exemplo.
Been getting a lot of questions about the recent sale of my old masters. I hope this clears things up. pic.twitter.com/sscKXp2ibD
— Taylor Swift (@taylorswift13) November 16, 2020
A arte de Melissa McCracken, pintora com sinestesia de som e visão
Créditos: Reprodução