Encontramos ele no terminal da Estação Tietê do metrô. Estava a nossa frente, revoltado com a fila e com a demora do ônibus do Skol Beats que nos levaria ao Anhembi. “Que saco, que absurdo, que bosta”, dizia o advogado Paulo Roberto, de 30 anos. “No ano passado, era ônibus da prefeitura mesmo, busão da CMTC, e ia bem mais rápido, não teve essa demora toda”, comenta aflito, na esperança de chegar a tempo de ver seus DJ’s preferidos.

Durante a conversa na fila, Paulo falou de suas expectativas para um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo. “Espero que dessa vez o som de uma tenda não atrapalhe o da outra, como aconteceu no ano passado”, afirmou. Sobre a principal atração do evento, ele relata: “vim para ver o DJ Murphy”. Ainda na fila, perguntamos se valia a pena passar por todo esse nervoso e aflição. Ele disse convicto: “Considerando as atrações, vale a pena sim”.

Já dentro do ônibus, Paulo sentou em silêncio, concentrado para aguentar e aproveitar as 17 horas nonstop de curtição. Acompanhamos o advogado até o Anhembi. Na tenda The End, ele nos mostrou um papel com a programação que ele mesmo fez. “Coloquei no papel os DJ’s que eu quero ver de qualquer jeito. O horário e local onde vão tocar também”, completou. Nesse momento, Paulo estava muito bravo: havia perdido a apresentação de dois DJ’s marcados em sua lista. O motivo?? A demora de toda aquela fila!!

Naquele momento, o melhor a fazer era mesmo deixar de lado a raiva e partir para a gandaia; afinal, muitos outros DJ’s estavam por vir. Deixamos Paulo em paz para ele curtir a festa, mas antes, uma última pergunta: “O que você traz na mochila, Paulo?”. “Comida e casaco”, respondeu. “No ano passado não trouxe a gastei muito dinheiro para me alimentar”, completou.


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O personagem do Skol Beats

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