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(Foto: divulgação)

Não consigo tempo para fazer coisas simples como assistir Netflix ou mesmo jogar videogame. Passo o tempo todo trabalhando na estrada e quando estou em casa quero ficar com a minha esposa e filhos“, diz Kiko Loureiro sobre sua vida super corrida em conversa com o Virgula. Além de integrante fixo do Megadeth, o guitarrista vive fazendo workshops, vídeos online, acaba de criar um curso para profissionalizar músicos, é pai de família e se tornou o mais novo brasileiro a ganhar um Grammy. É o homem multi-tarefas.

Enquanto as expectativas do 59ª Grammy Awards estavam voltadas para Caetano Veloso e Gilberto Gil, que concorriam na categoria de World Music, quem levou o prêmio foi Kiko na categoria de Melhor Performance de Metal, com a música Dystopia, do Megadeth. “Ser premiado é uma coisa que nunca passou pela minha cabeça”, conta ele, e relembra: “Fazer parte desta nata da música americana e mundial é incrível. Andar pelo backstage e ver pessoas que a gente só vê pela televisão, como Adele, Ed Sheeran, Beyoncé, Katy Perry, Bruno Mars, e todos em uma noite só, é surreal. De repente eu estava ali, não só ganhando, mas também sendo parte deste ‘best of’ da música. E tem outra, pra mim como artista poder ver a produção de um evento deste porte é mais um aprendizado”, conta ele

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(Foto: divulgação) Megadeth no Grammy Awards

Já que o assunto da vez é o Grammy, não poderíamos deixar de comentar sobre a ‘gafe’ de terem tocado Master of Puppets, do Metallica, enquanto o Megadeth recebia o prêmio. “Olha, na hora a emoção foi tanta que nem me atentei a isso e só fui ver depois. Mas o Metallica era a grande atração metal da noite, por causa da performance com a Lady Gaga, então imagino que a banda do Grammy, que com certeza não estava ligada na ‘rixa’ passada entre as duas bandas, tirou a música e iria tocá-la para qualquer grupo que ganhasse o prêmio, seja o Korn ou o Megadeth, e coincidiu de ser nós“, diz Kiko, e brinca: “Dave Mustaine respondeu bem dizendo que ‘não dá para culpar a banda de não conseguir tocar Megadeth (risos)‘. Foi divertido e bom para manter essa ‘rivalidade’ viva (mais risos)”.

Assista ao momento abaixo:

Hoje, mantendo o status de um dos guitarristas mais respeitados do mundo, e no topo de exemplos para músicos brasileiros, Kiko fala de como encara essa responsabilidade: “Tudo o que estou vivendo no exterior e absorvendo na estrada com o Megadeth, procuro transpor para outros músicos, para que eles também se profissionalizem na carreira. Até criei um curso online, o Music Business, de 50 horas, em que faço hangouts e passo esse conhecimento para os brasileiros, para melhorarem a qualidade, poderem dar um ‘up’ na carreira e viver de música. É a forma que encaro essa responsabilidade, ensinando outros”.

Falando de profissionalismo, Kiko ensina: “Sabe, não adianta o músico apenas tocar bem o seu instrumento. Ele precisa entregar mais, mostrar mais. Por exemplo: Se o show do Megadeth está marcado para começar às 21h, eu estou posicionado com a minha guitarra em cima do palco nesta exata hora, nem um minuto depois. Não existe começar 21h10, ou mandar um whatsapp dizendo para atrasar um pouquinho o show que estou chegando. É uma regra básica que rola no exterior, e infelizmente não acontece muito no Brasil e outros países da América do Sul. Então, são atitudes que, se o músico entrega, ele já sai na frente de muitos outros“.

Para saber mais sobre o Music Business, acesse kikoloureiro.com/masterclass.

Sobre ser uma pessoa multi-tarefas, Kiko conta que não é fácil, mas é muito recompensador: “Tenho que ser regrado para fazer tudo, vou encaixando meus compromissos, muitas vezes durmo no avião, e assim continuo. Claro que sinto falta daquele cineminha, daquele Netflix, mas poder subir em um palco e tocar quase todas às noites já é o meu entretenimento, já supri essa necessidade. Acabamos sendo o espetáculo ao invés de curtirmos um espetáculo. Acho que não dá para reclamar, né?

Aproveite e relembre em fotos o showzão que o Megadeth fez em São Paulo em 2016:

Megadeth em São Paulo no EDA


Créditos: Fernando Pires/Roadie Crew

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'Nunca passou pela minha cabeça ganhar um Grammy', diz Kiko Loureiro