O Rappa no Circo Voador

Um dos principais nomes do pop rock nacional, em seu novo álbum Nunca Tem Fim, a banda O Rappa fez um disco capaz de figurar entre pontos altos da sua discografia, como Rappa Mundi (96) e Lado B Lado A (99).

Para chegar ao resultado, eles recorrem à fórmula que não desagradará aos fãs, variações inventivas de reggae, em aproximações com música brasileira, rock e da música negra dançante, aliadas a letras politizadas e outras que se aproximam da auto-ajuda.

Lula Queiroga, parceiro de Lenine, dá um peso na questão das letras, ponto fraco desde a perda de Marcelo Yuka. Queiroga é parceiro em Auto-Reverse e Boa Noite Xangô. Mas eles se viram também por conta própria na suingada Um Dia Lindo, com participação de Edi Rock, dos Racionais MCs e uma citação de Praia e Sol, do injustamente esquecido Bebeto, ícone do samba-rock. Para ficar com a metáfora da letra (praia e sol/ Maracanã e futebol), a faixa que encerra o disco vale o ingresso.

Há ainda a produção impecável, dentro de um padrão internacional, e a capa e ilustrações do brasileiro Mike Deodato Jr., conhecido por suas produções para os quadrinhos da Marvel.

Retratrar Marcelo Falcão, Marcelo Lobato, Lauro Farias e Xandão como super-heróis é mais que uma licença poética. Eles os são de fato. Pilotos de uma nave pesada, com o dub e groove como combustível.

Os “vilões” que tentarem derrubá-los não terão vida fácil. 


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Novo do Rappa faz jus à discografia que inclui 'Lado B, Lado A' e 'Rapa Mundi'

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