Noel Gallagher economiza repertório, mas emociona fãs em primeiro show solo no Brasil
Créditos: gabriel quintão
Órfãos do Oasis e admiradores da carreira solo de Noel Gallagher se reuniram em São Paulo nessa quarta-feira (02) para a primeira apresentação do projeto solo do inglês no Brasil, o Noel Gallagher’s High Flying Birds. Em exatamente uma hora e meia de show, Noel agradou as duas levas, e encerrou a apresentação no momento certo para deixar todos com vontade de mais.
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Nunca foi segredo que o guitarrista e vocalista era o grande compositor por trás do Oasis, banda britânica auto-intitulada “a maior de todos os tempos, atrás apenas dos Beatles“. As excelentes composições, aliadas aos vocais arranhados do irmão de Noel, Liam Gallagher, e à afiada banda por trás dos brigões resultaram em uma das bandas mais populares dos últimos vinte anos, que chegou ao esperado fim em 2009.
Cansado de discutir com o parente, Noel decidiu dar rumo próprio às novas faixas, lançadas no álbum de estreia do inglês, lançado em outubro do ano passado. Como esperado, as músicas novas se juntaram às do Oasis para montar a base do setlist, mas foram as pequenas surpresas que se destacaram.
O show começou pontualmente às 22h, com a dobradinha (It’s Good) To Be Free e Mucky Fingers, ambas do Oasis. Sem cumprimentos ou interações com o público, Noel segui com a mesma sequência que abre seu álbum solo, e só abordou a plateia antes de If I Had a Gun, cantada em coro pelos presentes.
“Olá, São Paulo. É muito bom voltar a esta cidade maravilhosa”, elogiou, para desespero e ciúme dos eventuais fãs cariocas, que recebem Noel nesta quinta-feira (03). Enquanto Noel desfilava seu arsenal de guitarras semi-acústicas e os fãs se esgoelavam para cantar junto ao ídolo, a ótima banda – os High Flying Birds – dava mais distorção e energia às faixas solo de Gallagher, com destaque especial para o furioso baterista Jeremy Stacey.
A bonita The Good Rebel, faixa lançada recentemente no EP Songs From The Great White North, foi muito bem recebida pelo público, assim como a inédita Freaky Teeth, que apesar de desconhecida pela maioria, foi celebrada pelos fãs mais fieis de Noel. Da mesma forma veio Let The Lord Shine a Light On Me, executada pela primeira vez ao vivo, no lugar da costumeira The Importance of Being Idle, dos tempos de Oasis.
Apesar dos insistentes pedidos do público – dividido injustamente pela enorme área premium do Espaço das Américas, que deixou os fãs da pista praticamente na metade do auditório – Noel não cantou The Masterplan. “Não. Vocês podem pedir o que quiserem, estou pouco me f**endo”, alfinetou. E mesmo com a extensa discografia de sua ex-banda na memória e intensos pedidos da audiência, encerrou a apresentação aos 90 minutos.
Provavelmente Noel tenha se inspirado no futebol, esporte preferido dele, torcedor fanático do Manchester City. Mas quem estava lá queria mais, muito mais.
“Espero encontrá-los na estrada, por aí, não sei onde, em algum lugar”, brincou antes da clássica Don’t Look Back In Anger, com refrãos cantados em uníssono pelo público paulista – satisfeito, mas ansioso por um pouco mais do ídolo.
Setlist:
01 – (It’s Good) To Be Free
02 – Mucky Fingers
03 – Everybody’s On The Run
04 – Dream On
05 – If I Had a Gun
06 – The Good Rebel
07 – The Death Of You and Me
08 – Freaky Teeth
09 – Supersonic
10 – (I Wanna Live In a Dream In My) Record Machine
11 – A.K.A… What a Life!
12 – Talk Tonight
13 – Soldier Boys & Jesus Freaks
14 – A.K.A… Broken Arrow
15 – Half The World Away
16 – (Stranded On) The Wrong Beach
17 – Let The Lord Shine a Light On Me
18 – Whatever
19 – Little By Little
20 – Don’t Look Back In Anger