Nesta quinta, 25, aniversário de São Paulo, algumas das maiores cantoras da nova geração da música brasileira vão se reunir para uma única e importantíssima finalidade: homenagear a musa, diva, ruiva, feiticeira e Rainha do rock n’ roll Rita Lee. São elas: Tulipa Ruiz, Letrux, Xenia França, Raquel Virgínia e Assucena (do grupo As Bahias e A Cozinha Mineira) as responsáveis por encantar o show Rita 70, que acontecerá no Vale do Anhangabaú, às 15h, totalmente gratuito.
Com direção artística de Thiago França e curadoria de Karen Cunha, Rita 70 terá 90 minutos de duração e se transformará em um túnel do tempo do rock brasuca onde levará o público a curtir os maiores hits da carreira de Rita Lee (incluindo a sua fase no Os Mutantes), interpretados pelas vozes dessas incríveis cantoras. “A ideia é fazer uma celebração de aniversário para Rita. Por isso vamos propor esse passeio por todas as fases dela, como intérprete e compositora, com clássicos para todo mundo cantar junto. É para ser um show participativo mesmo”, comenta França.
Para dar um gostinho do que esperar desse showzão exclusivo, o Virgula bateu um papo com Letrux, Raquel Vírginia e Assucena. As cantoras, todas discípulas de Rita, aproveitaram o tema e não pouparam elogios à musa inspiradora: “Rita Lee é um paradigma revolucionário na nossa musica, além de ser a Rainha do rock”, e “Ela era a minha ‘personal Xuxa’. Me ensinava, me deixava cheia de perguntas pra fazer, me emocionava”.
Confira o papo alto astral:
Virgula: O que passou pela cabeça de vocês quando lhe convidaram para homenagear Rita Lee no aniversário de São Paulo?
Letrux: Fiquei muito feliz porque amo a Rita desde que nasci. Sou do signo de Capricórnio assim como ela, e tento levar a vida com humor e graça. Sempre foi uma uma referência, uma musa, cantora, compositora e mulher admirável. Ainda mais o show sendo no aniversário dessa cidade que eu amo, nesse lugar incrível que é o Vale.
Assucena: Rita Lee sempre foi uma referencia musical, lírica, poética e comportamental. Então, quando me convidaram para participar fiquei encantada. Até porque eu vou estar com as minhas amigas nesse show. É uma homenagem a uma das nossas grandes divas, um dos nossos grandes nomes a quem a música brasileira deve muito, pela contribuição de sua obra.
Raquel Virgínia: Fiquei emocionada. Acho que estamos vivendo um momento em que shows em praças abertas e que valorizem os nossos mestres devem ser cultivados. A Rita Lee é uma grande ‘gênia’ da nossa canção, homenagear ela é uma honra. Todo mundo está sendo presenteado; eu estou sendo privilegiada e a cidade de São Paulo ganhando um presente da melhor categoria.
Como foi o seu primeiro contato com a música de Rita Lee?
Raquel Virgínia: Rita é uma cantora muito popular, então de alguma maneira sempre tive contato com a obra dela. O que muda é que minha maturidade está fazendo com que eu valorize a sua profundidade estética.
Letrux: Não lembro a primeira vez pois era criança, mas conforme fui crescendo, pude perceber que apesar dela não fazer música para criança, eu era muito apaixonada naquela figura exótica, curiosa, musical. Ela era a minha “personal Xuxa”, me ensinava, me deixava cheia de perguntas pra fazer, me emocionava também. O caso é sério! (risos).
Assucena: O nome da Rita sempre esteve presente na minha vida, até porque eu tive uma infância e uma adolescência muito musical, aos pés da vitrola, do rádio. Mas, a primeira vez que eu tive consciência de quem era Rita, tive um espanto muito grande pela postura dela e pelas canções, por tudo o que gerava de questionamento social, de gênero, até porque ela é uma mulher que colocou suas composições para rodar o Brasil dentro de um esquema onde mulheres compositoras eram pouquíssimas e a maioria eram homens. Rita Lee cantava, compunha e ainda tocava. Ela é um paradigma revolucionário na nossa musica, além de ser a rainha do rock n’roll.
Qual é a canção da Rita que não pode faltar de jeito nenhum no show ‘Rita 70’?
Letrux: Nossa, são tantas. Das que eu vou cantar, acho que a mais icônica que não poderia faltar mesmo é ‘Ovelha Negra’. Todo mundo que já teve uma fase “enfant terrible” se identifica. Os pais que não sabem o que fazer com aquela figura fora da curva. É um clássico.
Raquel Virgínia: ‘Pagu’. Uma música divertida e irônica – que é uma marca dela inclusive, eu acho. Música inteligente que faz todo mundo dançar e manda um recado muito potente, revolucionário. Mas a pergunta é difícil.
Assucena: Poxa, eu amo muita coisa dela. É difícil falar. Eu amo ‘Cartão Postal’, ‘Ovelha Negra’, Pagu’, Erva Venenosa’, ‘Perigosa’… A Rita Lee tem muita música boa, não tem como dizer qual música não pode faltar porque estamos falando de uma artista de envergadura grandiosa. Rita é muito grande para falar de uma música só. A gente podia falar de discos, de Tutti Frutti, do período em que ela pertenceu aos Mutantes, da Rita contemporânea, da Rita setentista. Agora falar de uma musica é muito difícil.
Tulipa Ruiz cantando ‘Mania de Você’
Qual seria a sua reação se de repente a Rita aparecesse no show?
Raquel Virgínia: Poxa, seria uma coroação da minha carreira. Ficaria estática inicialmente, mas me dedicaria ao máximo pra fazer bonito e agradeceria muito a inspiração.
Assucena: Meu bem, eu ajoelharia e beijaria a mão, como uma discípula tem que fazer quando vê a sua mestra. Eu resumiria minha insignificância e a abraçaria, claro. Mas, acho que seria uma reação espontânea de beijar a mão e agradecer pela generosidade dela.
Letrux: Um breve desmaio seguido de euforia máxima.
SERVIÇO:
Rita 70: Tulipa Ruiz, Letrux, Xenia França, Raquel Virgínia e Assucena cantam Rita Lee
Quando: 25 de janeiro – quinta-feira, às 15 horas
Onde: Vale do Anhangabaú, Centro – São Paulo
Quanto: Gratuito
Censura: Livre